VOLTAR

PROTESTO DOS FUNCIONÁRIOS DO DSEI CONTRA DESCASO DA FUNASA

Foirn-São Gabriel da Cachoeira-AM
Autor: Andreza Andrade e Délio Firmo
16 de Dez de 2004

Em um gesto de cidadania, todos os funcionários do DSEI-Rio Negro(Distrito Sanitário Especial Indígena, convênio FUNASA/FOIRN ), organizaram hoje, uma passeata, a fim de protestar contra o descaso da FUNASA que está há três meses sem repassar verba para dar continuidade nas atividades do Distrito. Manifestantes levavam cartazes com dizeres como: "A saúde indígena está de luto por causa da FUNASA"; "Fora Luiz Lopes (FUNASA São Gabriel) e Alexandre Padilha (DSAI-Brasília)"; "Nós queremos trabalhar, mas sem dinheiro não dá". Outros estavam em língua indígena como tukano e nhengatú, mas todos com o mesmo significado de revolta e reinvidicação.

O protesto foi de forma pacífica, se iniciou no bairro da Praia e percorreu as principais ruas da cidade. Ao passar confronte aos estabelecimentos comerciais, os manifestantes pediam desculpas aos comerciantes, pois as dívidas se acumularam devido ao descaso da FUNASA, que não repassou a verba do convênio. As pessoas nas ruas em gesto de incentivo aplaudiam a atitude dos funcionários do DSEI, alguns diziam que aquele era um ato de verdadeiros brasileiros lutando pelos seus direitos.

Ao chegar na FUNASA, encontrava-se na frente da mesma um carro da Polícia Militar. Os policiais de posicionaram na frente dos portões temendo uma invasão. Foi nesse momento que os manifestantes diziam que queriam apenas protestar de forma pacífica e que desejariam entrar e nunca apelar para a violência. Então foi permitida a entrada de algumas pessoas que ficaram na parte interna do pátio da FUNASA. Todos fixaram os cartazes no muro da Instituição. A equipe de Comunicação da FOIRN tentou conversar com Luiz Lopes-Coordenador da FUNASA São Gabriel, mas os vigilantes do prédio informaram que o mesmo se encontrava se férias. Diante da situação, os manifestantes informaram que só sairão daquele local, quando os mesmos tiverem em mãos, o documento do banco comprovando a ordem de pagamento. Enquanto isso, os funcionários do DSEI estarão se revezando em grupos, na ocupação do prédio da FUNASA. A Coordenadora Técnica do Distrito, Yéssica Milagros, informou que os maiores prejudicados com essa situação é a população indígena que está abandonada, pois sem combustível, sem alimentação e principalmente sem medicamentos, as equipes de saúde não têm como subir os rios e realizar os atendimentos. Segundo a coordenadora, nesses três meses de paralisação, já ocorreram 05 óbitos que poderiam ser evitados, pois eram casos simples de tratamento com medicação e acompanhamento.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.