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Projeto de formação indígena no Xingu ganha prêmio Cidadania 2001

Midianews-mt
26 de Out de 2001

O Projeto de Educação Indígena do Instituto Socioambiental (ISA) ganhou o prêmio Cidadania 2001. A premiação é iniciativa do Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE) e, este ano, o Projeto Formação de Professores no Parque Indígena do Xingu, desenvolvido pelo ISA desde 1994, foi escolhido na categoria Educação.

"O objetivo é habilitar professores indígenas para o magistério e capacitá-los para que possam elaborar o projeto político-pedagógico e realizar o gerenciamento das escolas em que lecionam", define a educadora Maria Cristina Troncarelli, responsável pelo projeto. A iniciativa está voltada aos 14 povos que habitam o Parque Indígena do Xingu (PIX): Aweti, Ikpeng, Kalapalo, Kamayurá, Kayabi, Kuikuro, Matipu, Mehinaku, Nahukwá, Suyá, Trumai, Waurá, Yawalapiti, Yudjá.

A formação ocorre em etapas intensivas a cada semestre, que têm duração de 30 dias, e são complementadas por acompanhamento pedagógico do trabalho dos professores nas escolas das aldeias. Hoje, os professores em formação já trazem contato anterior com a sala de aula, pois eram, na sua maioria, ajudantes dos primeiros professores formados para o magistério. Mas Estela Würker, enfermeira e educadora do projeto, lembra que, no início, os futuros professores eram designados pela comunidade entre os índios que lecionavam informalmente nas aldeias ou pretendiam aprender a falar e escrever o português.

Até o momento, dos 20 professores formados para o magistério, 19 ingressaram no Curso de Licenciatura Específico para a Formação de Professores Indígenas, da Universidade do Mato Grosso (Unemat). Além disso, como o Projeto do ISA possui um caráter de formação continuada, eles também freqüentam as aulas no Xingu, auxiliando no ensino dos doze professores que devem se formar até o final de 2001 e dos 29 alunos que ingressaram no projeto mais recentemente. Ao todo, os 61 participantes lecionam em 30 escolas do PIX, atendendo cerca de 1.150 alunos, e participam da elaboração de diversos materiais didáticos em línguas indígenas e língua portuguesa.

Para Maria Cristina e Estela, ganhar o prêmio do PNBE significa o reconhecimento de um trabalho que busca a valorização da língua e cultura indígena e a disseminação de conhecimento que garanta aos índios a defesa de seus direitos e o exercício da cidadania.

Outros premiados pelo PNBE, além do ISA, foram a Associação Meninos do Morumbi (SP), na categoria Entidade de Destaque e o projeto Meu Quarteirão Meu Mundo, na categoria Ação Social. A comissão julgadora foi constituída por Chico Pinheiro (jornalista da Rede Globo), Milú Villela (Presidente do MAM-Museu de Arte Moderna e do Centro de Voluntariado), Fabio Feldmann (secretário executivo do Fórum Brasil de Mudanças Climáticas), Mara Amaral (Presidente da OAF-Organização de Auxílio Fraterno), Sergio Antonio Garcia Amoroso (Presidente do Grupo Orsa), Joaquim Elói Cirne de Toledo (Vice-Presidente de Finanças do Banco Nossa Caixa) e, representando o PNBE, Eduardo Capobianco, Helio Cerqueira Jr, Lívio Giosa e Ricardo Young Silva (coordenador do prêmio).

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