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Proflora abre credito para novas florestas comerciais

GM, Rede Gazeta do Brasil, p.B14
27 de Abr de 2004

Proflora abre crédito para novas florestas comerciais
A meta da Caixa RS é induzir o plantio de 120 mil hectares de novas florestas comerciais no estado até 2006 Entre as fileiras de eucaliptos são plantados arroz e soja. O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, lançou na última sexta-feria, na sede da Caixa RS - Fomento Econômico e Social, o programa Proflora, destinado ao financiamento de projetos de florestamento econômico no estado. O Proflora abre créditos de R$ 30 milhões, com um valor máximo de financiamento anual (pessoa física ou jurídica) por safra de R$ 150 mil, prazo de amortização de até 12 anos, carência máxima de oito anos e encargos financeiros de 8,75% ao ano, fixos, sem indexação. A meta da Caixa RS é induzir o plantio de 120 mil hectares de novas florestas comerciais até 2006. O lançamento do programa coincidiu com o anúncio da Votorantim Celulose e Papel (VCP), oficializado no último dia 19, de investir R$ 100 milhões em 40 mil hectares de 14 municípios da Metade Sul do Estado. Segundo o governador, o Proflora "está de acordo com os objetivos do governo do estado". Rigotto lembrou que, desde o primeiro dia do seu governo, o executivo trabalha na execução de um projeto forte para a Metade Sul do Estado, agora em fase de efetivação. Eucalipto, soja e arroz O empreendimento da Votorantim deu início a uma nova fase de desenvolvimento da indústria de base florestal do estado. "É uma proposta revolucionária. Entre as fileiras de eucaliptos são plantados arroz e soja, com espaço para a pecuária. Dentro de sete anos, as árvores serão cortadas e servirão de matéria-prima às indústrias e à exportação", disse o governador. Há também os estaleiros em Rio Grande que fomentarão o surgimento de uma indústria naval com efeitos positivos na consolidação de um pólo metal-mecânico para o setor. Alternativas Na avaliação do governador, o reflorestamento é uma das grandes alternativas para a Metade Sul do Estado. "Sou defensor da ação. O florestamento é saída para o enfrentamento das desigualdades regionais", disse. Mas o importante nesse processo, segundo Rigotto, é a preservação e recuperação da mata nativa. "O florestamento significa menos corte de mata nativa. O projeto da Votorantim produzirá mudas de recuperação de mata nativa", assinalou. Ele afirmou aos empreendedores presentes ao ato, que o estado receberá recursos a fundo perdido de nações como Alemanha, Holanda, Estados Unidos entre outras, viabilizados pelo protocolo de Kyoto (Japão) para o reflorestamento e a proteção do carbono. Os recursos começaram a ser negociados durante sua missão à Europa realizada no ano passado. Rigotto destacou que é o inesgotável mercado proporcionado por uma boa base florestal. Hoje o consumo anual de papel no Brasil é de 39 quilos per capita nos EUA a média por pessoa é de 339 quilos. Porém, na China, onde o Produto Interno Bruto cresce numa taxa de 9% ao ano, cada pessoa que aumentar em um quilo o seu consumo de papel exigirá o surgimento de uma nova indústria de papel e celulose no mundo. "São demonstrações claras que vamos precisar de matéria-prima, que não poderá sair de mata nativa", afirmou. Por essa razão, o governador se manifestou otimista com o futuro da Metade Sul e de todo o estado, a partir dos investimentos agora negociados. "Não tenho dúvidas que os projetos e o programa Proflora levarão o Rio Grande do Sul a contar com 120 mil novos hectares de base florestal comercial até 2006". O presidente da Caixa RS Fomento Econômico e Social, Dagoberto Lima Godoy, afirmou que "a cadeia produtiva da base florestal agora é um trunfo que poderá ser reestruturador da economia da Metade Sul. Está desencadeado o processo", afirmou. Já o presidente da Associação Gaúcha das Empresas Florestais (Ageflor), Roque Justen, elogiou o trabalho do executivo estadual. "Estas iniciativas são de incentivo do programa florestal do Rio Grande do Sul", afirmou. O secretário do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, Luis Roberto Ponte, resumiu o lançamento do Proflora como a "marca do grande passo na geração de desenvolvimento e novos postos de trabalho na Metade Sul do Estado". Participaram do lançamento do Proflora o chefe da Casa Civil, secretário Alberto Oliveira, e o secretário Gabinete do Cooperativismo e Reforma Agrária, Vulmar Leite, além do secretário adjunto da Agricultura e Abastecimento e coordenador do programa Pólos de Produção, Marcos Palombini. Também assinaram o protocolo do programa, o presidente do Banrisul, Fernando Lemos, o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, o presidente do Sindicato das Indústrias de Papel, Papelão e Cortiça, Walter Rude Christmann, dirigentes da Fiergs, do Sindimadeira/RS e empresários ligados à indústria moveleira e ao segmento da indústria florestal do estado. kicker: Entre as fileiras de eucaliptos são plantados arroz e soja kicker2: Estado receberá recursos viabilizados no protocolo de Kyoto
GM, 27/04/2004, p. B14

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