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Produtores se mobilizam contra criação de nova reserva indígena

Folha BV- http://www.folhabv.com.br
Autor: Ricardo Gomes
08 de Dez de 2014

O anúncio da criação de uma nova reserva indígena em Roraima, compreendendo parte da Vila de Nova Colina, localizada no município de Rorainópolis, na região Sul de Roraima, deixou indignados os produtores rurais que iniciam esta semana uma intensa mobilização contra a ação, segundo informou o pecuarista Ermílio Paludo, durante entrevista ao programa Agenda da Semana, na Rádio Folha 1020, na manhã deste último domingo, dia 07.

Revoltado com a situação, o pecuarista afirmou que esta manifestação da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Roraima, em reconhecer uma tribo isolada de indígenas, que supostamente veio de Manaus, no Amazonas, requer uma mobilização da classe política de Roraima com força no Senado e na Câmara dos Deputados, contra a medida que restringe de vez o setor produtivo de Roraima, inviabilizando tanto o setor da agricultura familiar quanto a pecuária em uma das regiões mais propícias para a prática desta atividade.

"O momento é de união em prol de Roraima. Com este discurso iremos propor a bancada de parlamentares federais uma ação estratégica contra a Funai e lutaremos junto com a população contra este ato abusivo da Funai, em promover mais esta demarcação. Com isto está claro que o órgão busca o assentamento de uma meia dúzia de indígenas que foram trazidos de Manaus e de algumas regiões próximas, e assim promover mais uma vez a exclusão de famílias e produtores. É hora de dar um basta no Governo Federal, que se intitula o verdadeiro dono das terras de Roraima", afirmou.

Paludo reafirmou o descontentamento em relação a mais este episódio contra a classe produtiva de Roraima e disse ser um absurdo que dos 5% restantes para o aproveitamento da produção agrícola e pecuária, ainda exista, o que ele classificou como a manobra irresponsável da Funai, em querer fraudar uma suposta presença de uma tribo indígena, a exemplo do que fizeram com outras reservas indígenas que foram demarcadas da mesma forma, sempre utilizando, para ele, de má fé, com o único intuito de prejudicar o setor produtivo e deixar definitivamente o estado de Roraima refém de outros centros de produção, estagnando tanto a produção agrícola e a pecuária empresarial, quanto a de subsistência.

"Temos que tomar uma atitude urgente. Não dá para esperar para amanhã, precisamos de um apoio imediato contra o que classificamos de 'insegurança ambiental e fundiária'. Não sabemos se amanhã seremos novamente despejados de nossos lotes. Fica o alerta para a sociedade para nos posicionarmos contra este ato irresponsável. É uma questão que diz respeito a toda a população e não apenas a um grupo independente. Temos que evitar que amanhã sequer tenhamos como produzir o alimento que irá sustentar nossa família", destacou.

O pecuarista lembrou que este assunto deve ter atenção do Estado, uma vez que requer a garantia das famílias em permanecerem na terra e para tanto deve buscar a devida segurança jurídica contra este ato e não simplesmente ignorar este fato, já que deve legislar sobre os interesses da população, da mesma forma criticou as federações ligadas ao setor existente em Roraima, que não se opõem a esta situação, segundo ele, defendendo inclusive a rotatividade dos cargos de presidente a cada dois anos, para evitar que se perpetuem no comando das mesmas e assim não tenham uma atuação satisfatória em favor de seus integrantes.

"Foi para tratarmos com maior eficiência nas questões que atormentam o setor produtivo e pecuário, em relação à ociosidade da gestão do ex-governador Anchieta Júnior (PSDB), que não contribuiu em nada para alavancar de forma estratégia, que criamos a União dos Empreendedores de Roraima [Unirr] e assim discutirmos de forma prática as soluções para os principais entraves no setor", comentou.

PIRITITI

A Funai confirmou a existência da tribo indígena Pirititi, que segundo as informações repassadas, teria sido identificada no final de 2013 em Rorainópolis. Conforme o órgão, esses índios são considerados isolados e a partir do momento em que a existência deles foi detectada, iniciou-se um processo de intervenção administrativa da área.
"Como são índios isolados, todos os atos produzidos em terras indígenas são considerados nulos, mesmo que os produtores rurais tenham documentos. Depois haverá uma indenização das benfeitorias", explicou o órgão, em nota enviada à Folha.

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