VOLTAR

Ponto de partida na Amazônia: expedição quer registrar espécies em extinção

Portal Amazônia - http://portalamazonia.com
Autor: Isaac Guerreiro
21 de Mai de 2016

Projeto está em financiamento coletivo e pretende ir a regiões de todo o mundo mostrar a degradação do planeta acontecendo

A fotografia marcou os grandes eventos que aconteceram na humanidade no último século. O fotógrafo Leandro Cagiano busca através de um financiamento coletivo iniciar um importante projeto. Chamado de Terra Consumida, a ideia é realizar uma expedição fotográfica em busca de paisagens e espécies que poderão desaparecer do planeta já nos próximos anos.

Imagine espécies em extinção, em todo o mundo, que vão desaparecer do planeta. Para fazer a primeira parte do projeto, que vai acontecer no rio Tapajós, na Amazônia, Leandro precisa de R$28.470 reais para fazer todo. Ele espera encontrar pelo menos 15 espécies diferentes de animais em risco de extinção em uma área onde o governo pretende construir ao menos cinco hidrelétricas.

Segundo Leandro, além das barragens que comporão o complexo, já existem projetos para mais 43 futuras usinas nessa mesma bacia, o que acarretará, provavelmente, no fim da floresta nessa extensa área. "A intenção dessa expedição é indagar a real necessidade de tamanho desflorestamento para a construção dessa estrutura e produção de energia, diante das alternativas renováveis e sustentáveis já disponíveis, como a geração de energia eólica e solar", explica o fotógrafo.

Motivação

Leandro começou trabalhando na Instituto de Pesquisas Cananeia (Ipec), com pesquisa e conservação na região limite entre São Paulo e o Paraná. Lá, ele trabalhava diretamente em um dos projetos de cuidados às tarturagas marinhas que haviam se alimentado de lixo. "Muitas delas morriam por se alimentar . Foi ali que me dei conta da grande quantidade de despejada no mar", diz o fotógrafo.

A partir daí, Cagiano foi conhecendo outros projetos e começou a se perguntar sobre nossa estrutura. "Para comermos a carne no supermercado é preciso milhares de héctares de floresta derrubada. Para comermos peixes, existe toda uma indústria que literalmente lima tartarugas e outras espécies de seus habitats. Para ter energia, o governo tem de destruir parte da Floresta Amazônica. O nosso consumo é o que tem ditado essa lógica".

De acordo com ele chegou, o ponto em que ficou latente o quanto essa lógica estava fadada a não dar certo xxxxxx. Ele queria usar a fotografia para levar a realidade do consumo desenfreado do planeta para outras pessoas. "As pessoas precisam ter essa informação para que possam escolher de que maneira elas querem consumir e como elas fazem escolhas pra vida delas e o para o planeta".

O projeto

A primeira parte do Projeto vai até a região de Tapajós registrar os últimos momentos de uma mudança intensa que vai acontecer na região. O governo brasileiro prentende construir mais de 50 hidrelétricas provocando a extinção de macacos, aves e peixes que só são encontrados naquela região.

Leandro vai ser recebido pelos índios Munduruku, uma das tribos que vão deixar aquele lugar por causa da cheia dos rios provocado pela enchente. Os Munduruku vão ser os guias e vão levá-lo pela mata para encontrar os animais da região. Um deles é o Macaco-aranha-de-cara-branca. "É uma das espécies que só existem na região, principalmente próximo à margem do rio Tapajós e que provavelmente vai ser extinto".

O financiamento coletivo do projeto está na plataforma do Catarse, onde colaboradores fazem pequenas doações para que o projeto comece. Leandro pretende, nas próximas etapas, ir à mais de 15 lugares de todo o Mundo para fotografar um mundo futuro consumido.

http://portalamazonia.com/noticias-detalhe/meio-ambiente/com-inicio-na-…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.