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PF acredita que mais garimpeiros foram assassinados em Rondônia

Estado de S. Paulo-SP
Autor: EDSON LUIZ
27 de Mai de 2002

Agentes federais esperam encontrar mais corpos na região, de difícil acesso

A Polícia Federal acredita que existam mais mortos no garimpo de diamantes da reserva indígena Roosevelt, em Cacoal (RO), além dos sete encontrados no sábado. "Pelos rumores, estamos esperando encontrar mais corpos nas próximas horas", afirmou o delegado Márcio Valério de Souza, que comanda a ação da Polícia Federal na região dos índios cinta-larga. Os sete cadáveres estavam juntos e tinham vários tiros.

A situação na reserva Roosevelt é tensa há pelo menos um ano, quando garimpeiros descobriram uma das maiores reservas de diamantes dentro da área indígena. Com os corpos encontrados no sábado, chegam a 12 os mortos neste ano, pelo levantamento oficial. Extra-oficialmente, o número de assassinatos pode chegar a 40.

"Por enquanto, a situação está sob controle, mas aqui tudo é imprevisível", afirmou Souza, que aguardava um helicóptero da PF para poder se deslocar ao local. "Temos informações de que haveria mais cadávares. Há agentes no local, que é de difícil acesso, averiguando isso." Os sete corpos foram encontrados na localidade conhecida como "Baixão", que fica a 30 quilômetros de uma aldeia dos índios cinta-larga.

A polícia acredita que os cadáveres sejam de garimpeiros, mas não sabe dizer se os mesmos foram atacados pelos índios ou se as mortes decorreram de brigas entre eles. De acordo com relatos feitos por agentes federais no local, os corpos têm pelo menos cinco tiros cada um. É provável que todos tenham sido executados ao mesmo tempo.

Eles apresentam marcas de tortura e espancamento, o que leva a crer que um dos motivos das mortes seja vingança. "Havia flechas no local, mas não se pode deduzir que tenha sido um ataque de índios, já que as perfurações nos corpos são de balas", observa o delegado Valério.

Pelas estimativas da polícia, do garimpo ilegal do Roosevelt já sairam pelo menos US$ 50 milhões em diamantes, principalmente para a Bélgica. Na área vivem índios suruí e cinta-larga, que também exploram a retirada ilegal de madeira nobre, como o mogno.

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