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Pesquisa mostrou aumento de metal em água de garrafa PET armazenada

FSP, Cotidiano, p. C5
27 de Jan de 2008

Pesquisa mostrou aumento de metal em água de garrafa PET armazenada

Da reportagem local

Assim como o policarbonato, a garrafa PET também é alvo de críticas de cientistas e ambientalistas e vem sendo destaque na mídia internacional.
Uma pesquisa e artigos de cientistas da Universidade de Heidelberg (Alemanha) divulgados em 2006 e 2007 são os principais responsáveis pela polêmica. Eles defenderam que o antimônio -metal pesado usado na fabricação da resina da garrafa PET- aumenta consideravelmente sua presença na água que é armazenada.
"Chegamos à conclusão por acidente", disse à Folha um dos autores do estudo, o cientista William Shotik. Por e-mail, ele contou que estudava a presença do metal, jogado no ambiente por indústrias, em águas subterrâneas no Canadá. Ao comparar os resultados com a água de garrafas PET da Europa e do Canadá, verificou que esta tinha mais antimônio.
Mas a principal conclusão se deu meses depois, quando comparou a quantidade de antimônio em garrafas armazenadas. O nível havia subido mais de 90% em algumas.
Mesmo assim, ficou bem abaixo do permitido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Entretanto, o pesquisador alertou que, "a liberação contínua de antimônio da garrafa para o líquido sugere que novos estudos são necessários" para conhecer o impacto da maior quantidade do metal.
Segundo a Abipet (Associação Brasileira da Indústria do PET), o consumidor pode "ficar tranqüilo e seguro quanto à qualidade das águas envasadas em PET, que são plenamente testadas e analisadas". Alfredo Sette, presidente da entidade, diz que o material "é inerte".
O PET poderá ser reciclado em breve para armazenar alimentos, segundo texto aprovado pela Anvisa após consulta pública. Hoje, o reciclado serve apenas para outros produtos.

Consumo
As recentes pesquisas sobre plásticos ainda não foram capazes de gerar novos consensos para a compra e o uso doméstico de produtos. Mara Dantas, pesquisadora do laboratório de embalagens do IPT (Instituto de Pesquisa Tecnológicas), diz que o consumidor pode tomar cuidados na hora de comprar. "Se ele notar que o garrafão de água está muito riscado ou tem uma sujidade, já não dá para ter uma confiança no uso", afirma.

FSP, 27/01/2008, Cotidiano, p. C5

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