Partidos da Holanda pedem a Figueiredo ida de Juruna

Os seis partidos holandeses enviaram telegramas ao presidente Figueiredo, presidente da Funai, ministros do Interior e da Justiça e ao bispo de Alto do Rio Negro protestando contra a proibição da viagem de Mário Juruna à Holanda para participação do Tribunal Russel, ressaltando a importância da presença do cacique.
Na semana passada, o ministro do Interior, Andreazza, afirmou não reconhecer a existência e competência do Tribunal e que o governo não poderia permitir que outro país analisasse os problemas internos do Brasil. Os organizadores do Tribunal informaram que convidarão o presidente, ministros e presidente da Funai para defenderem as queixas feitas ao governo do País. Não há, entretanto, confirmação de que o Governo enviará algum representante.
O portavoz do Itamaraty declarou concordar com Funai sobre interferência do Tribunal na autodeterminação do Governo brasileiro. A hipótese de viagem a partir de passaporte xavante não foi considerada. A Comissão Pró Índio divulgou ontem uma nota oficial condenando o posicionamento da Funai, que estaria abusando de seu poder e violando direitos previstos na Constituição e na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Em relação à impetração de Juruna ao STF, Luiz Amaral, assessor de imprensa da Funai, disse que o órgão está "encarando o fato com naturalidade".
No corpo da mesma notícia há uma chamada secundária: "Sertanista acha que não é hora de integrar os índios", em que o Sertanista Villas Boas afirmou não haver lugar para índios na sociedade de hoje. A declaração foi feita durante o I Seminário sobre o Parque Nacional do Xingu, cujo objetivo é levantar aspectos relevantes da problemática xinguana.