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Participantes dos Jogos indígenas levam corrida de toras para arena montada em Olinda

Radiobrás
Autor: Isabela Vieira
28 de Nov de 2007

Olinda (PE) - Jãmparti é o nome indígena dado para a corrida de toras pelo povo Gavião Kikatêje, do Pará. Ontem (27) eles apresentaram a modalidade nos Jogos dos Povos Indígenas. No Jãmparti, os atletas revezam toras de buriti de até 100 quilos.

Enquanto corriam na arena dos jogos com as toras, um líderes cantava uma música em "homenagem' à corrida. 'É uma imitação do canto da Arara e do Gavião. Assim fazemos lá", disse o guerreiro Aikapãtati, em referência à aldeia que fica na Terra Indígena Mãe Maria.

Segundo a tradição dos Gavião Kikatêje, ao contrário da apresentação na arena dos jogos - onde o Jãmparti foi apresentado à noite -, a corrida é realizada ao amanhecer. 'Quase todos os dias saímos às 4 horas ou 6 horas da manhã e voltamos lá pelas oito [da manhã]", conta.

A modalidade é uma tradição na aldeia. E os atletas são treinados desde pequenos. "Temos um professor mais velho que passa as técnicas". De acordo com Aikapãtati, o preparo físico necessário para carregar as toras não depende de "malhação". O segredo está na alimentação. "Comemos banana, batata, inhame e pirarucu". Ele não esqueceu o detalhe: "O peixe [é] sem sal'.

Aikapãtati revela também que, segundo a tradição, o guerreiro que irá cortar e preparar as toras fica proibido de manter relações sexuais por um dia. "Quem corta a tora não pode fazer aquela coisa. Você sabe qual é, não é?', perguntou o índio à repórter. "Enquanto isso, "pode sorrir, brincar, correr e todo o resto", ele acrescentou.

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