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Parque Nacional da Amazônia possui mais de 400 espécies de aves

ICMBio - www.icmbio.gov.br
20 de Jun de 2008

Um parque que já carrega no nome a grandeza e riqueza de sua biodiversidade: a Amazônia. Assim é o Parque Nacional da Amazônia, com mais de 400 espécies listadas de aves e destino certo de observadores de pássaros brasileiros e estrangeiros. A ararajuba, símbolo do parque, está presente na beleza cênica do lugar. As 19 espécies de arapaçus descobertos no parque representam 42% das espécies conhecidas no mundo.

A população de mamíferos também impressiona, pela diversidade de espécies de primatas, onças, veados, antas, canídeos, roedores, tamanduás e morcegos. Existem ainda diversas espécies de répteis, anfíbios e insetos, como o besouro gigante, que pode chegar a 20 cm de comprimento e a mariposa imperador, com 30 cm com as asas abertas. Os animais ribeirinhos e aquáticos não ficam atrás, como jacarés, tartaruga da Amazônia, peixe-boi-da-Amazônia e os botos cor-de-rosa e preto.

E as descobertas não param. A cada nova incursão de pesquisa realizada dentro da unidade de conservação são descobertos novos exemplares, muitos deles desconhecidos para a ciência. Isso reforça a hipótese de que a quantidade de espécies desconhecidas ainda é incalculável. "Em mais de um milhão de hectares do parque não houve pesquisa. E a quase totalidade das pesquisas realizadas, de que se tem conhecimento, foram feitas em áreas específicas da zona de uso intensivo, ou seja, em locais mais visitados pelo homem", explica o chefe do parque Márcio Ferla.

O parque guarda ainda amostras representativas de diferentes tipos de florestas que compõem a Amazônia. Há áreas intocadas com árvores que atingem 50 metros de altura ou mais, como castanheiras, sumaúmas, jacarandás e seringueiras.

Ao longo dos rios e igarapés, é possível encontrar florestas de igapó, dominadas por palmeiras como açaí, o patauá e o buriti. Grande parte do parque está sobre um planalto que foi bastante recortado pelos rios de águas claras, formando corredeiras, afloramentos rochosos, praias e bancos de areia. O rio Tapajós é o principal protagonista desse cenário; nele desaguam inúmeros rios menores e igarapés.

O parque, considerado um dos pilares do Corredor Sul-Amazônico - área estratégica para a preservação da biodiversidade, foi o primeiro criado na Amazônia Brasileira, em 1974. Conta com uma sede administrativa no centro urbano de Itaituba e duas bases de apoio no interior da Unidade - em Uruá e Tracoá.

O seus 1.161,379 hectares de área localizam-se predominantemente no município de Itaituba, no oeste paraense, à margem esquerda do rio Tapajós e distante aproximadamente 53 km do centro urbano do município de Itaituba, pela BR-230/Rodovia Transamazônica. Do total desta rodovia, 112 km passam no interior do parque; além de 12 comunidades residirem parcialmente atualmente, em sobreposição ao parque.

Programas e projetos - Atualmente o Parna da Amazônia atua em duas frentes, que são a consolidação territorial e a implementação, voltada para o uso público. Tais ações irão compor, juntamente com outras, a revisão do Plano de Manejo.

A gestão do parque executou em parceria com o Incra, em 2007, o mapeamento de todas a famílias residentes no interior e entorno da unidade de conservação. Como fruto deste trabalho forma marcadas, para os dias 2, 3 e 4 de julho, três reuniões públicas, numa estratégia clara de consolidação territorial da unidade, levando em conta aspectos socioambientais.

No campo da implementação, está em curso a consultoria "Estratégias de uso público (parceria com Proecotur/MMA). Por meio de parceria firmada com a Conservação Internacional (CI) e a Secretaria de Meio Ambiente do Pará (Sema/PA), serão contratados quatro pesquisadores para desenvolverem pesquisas relacionadas à revisão do Plano de Manejo. Os recursos provém de acordo de cooperação técnica com esses atores, na ordem de R$ 300 mil, a serem aplicados em 2008 e 2009 na implementação da unidade (consultorias, bolsas de pesquisas, equipamentos), na consolidação territorial e na revisão do Plano de Manejo.

Outro consultor fará os projetos de edificações do parque. Os recursos são provenientes da compensação ambiental do linhão de transmissão elétrica de Tucuruí a Presidente Dutra (R$ 4,7 milhões). Parceria será firmada com o Centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB (CDS) para desenvolvimento de projetos que utilizem tecnologias alternativas para geração de energia elétrica, tratamento de água e esgoto, a serem utilizados na unidade.

Visitação - Segundo Márcio Ferla, chefe do Parque Nacional da Amazônia, a visita de turistas é regular, tanto dos que residem nas comunidades locais, de escolas e pesquisadores, quanto de observadores de pássaros "Apesar da visitação não ser manejada, estamos com um estudo em andamento - chamado "Estratégias de uso Público", que irá nortear as atividades de visitação e demais programas de uso público do parque", explica Ferla.

Como o plano de manejo da unidade é de 1979, e apesar dos vários programas e sub-programas e zoneamento, nunca foi implementado na prática, ele passa no momento por um processo de planejamento para revisão, entre 2008 e 2009. Está no planejamento de 2008/2009 a construção do centro de visitantes, de alojamentos receptivos e de um centro de pesquisa dentro da área do parque. "Após a finalização do estudo "Estratégias de uso Público" iniciaremos os trabalhos de implementação das atividades e programas de uso público do parque", esclarece o chefe da unidade.

Expedições - Duas expedições promovidas pela ONG Sapopema, em 2005, em parceria com a ONG Conservação Internacional e Ibama, visavam traçar o "Mapeamento e Diagnóstico da Biodiversidade do Parque Nacional da Amazônia e das Florestas Nacionais de Itaituba I e II: subsídios para a elaboração dos planos de manejo". A síntese desde material está sendo finalizado pela CI. "Pesquisas de pós-graduação coordenadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) também foram realizadas nos últimos anos", afirma Ferla.

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