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Paralisação do governo dos EUA aprofunda dificuldade de índios

UOL - http://m.noticias.uol.com.br
Autor: Dan Frosch
19 de Out de 2013

A mundos de distância de Washington, Audrey Costa se pergunta em voz alta como manter sua família aquecida. Mãe de três, ela depende do arrendamento pago pelo Birô de Assuntos Indígenas pelas terras de propriedade de sua família, que pode chegar a centenas de dólares por ano, para pagar por alimentos e eletricidade. Mas desde o fechamento parcial do governo federal desde 1o de outubro, Costa, 41 anos, não recebe um cheque.

"Nós estamos passando dificuldades", ela disse do lado de fora de sua velha casa de ripas de madeira, nesta cidade pobre no coração da reserva Crow. "Eu não sei o que faremos. Apenas suportar, eu acho."

Como outras tribos indígenas altamente empobrecidas que dependem demais de dólares federais, os crow têm sofrido com o fechamento.

Aproximadamente 364 membros da tribo Crow, mais de um terço da força de trabalho da tribo, foram colocados em licença. Um serviço de ônibus, a única forma dos crow poderem percorrer sua reserva de 930 mil hectares, foi suspenso, assim como um programa de saúde domiciliar para membros doentes da tribo.

Apesar da tribo contar com dinheiro suficiente para manter um funcionamento mínimo, ele está acabando.

"Eles não têm a menor ideia do que está acontecendo aqui", disse o chefe da tribo, Darrin Old Coyote, sobre os políticos em Washington de seu escritório em Crow Agency, que fica à sombra do campo de batalha de Little Bighorn, que foi fechado por causa da paralisação. "Isso está prejudicando muita gente."

O Birô de Assuntos Indígenas, que fornece um grande número de serviços para mais de 1,7 milhão de índios americanos e nativos do Alasca, mantém programas essenciais em funcionamento, como a polícia federal e bombeiros. Mas ele parou de financiar os governos tribais e os vários programas e subsídios que formam a tênue rede de apoio para as reservas atormentadas pela pobreza e outros males.

"Você já está olhando para um bom número de tribos que já são consideras as pessoas mais pobres de nossa nação", disse Jacqueline Pata, diretora executiva do Congresso Nacional dos Índios Americanos. "Mas quando enfrentamos o corte de programas de alimentos e até mesmo dos pagamentos nominais aos membros da tribo, isso cria imediatamente um impacto perigoso."

Na reserva de Red Lake Band dos índios Chippewa, no norte de Minnesota, todos os procedimentos médicos não emergenciais foram suspensos, disse Dave Conner, um funcionário tribal que ajuda a administrar os serviços públicos de Red Lake.

A Red Lake deveria receber cerca de US$ 1 milhão do Birô de Assuntos Indígenas neste mês para ajudar a financiar seu governo, mas o dinheiro não foi liberado antes do fechamento, disse Conner.

A tribo conta com dinheiro suficiente para manter os serviços mais críticos funcionando até o final do mês. "Esta é uma reserva pobre, rural e isolada", disse Conner. "Muita gente depende de nossos serviços, de modo que há muito medo no momento."

Kevin Washburn, secretário-assistente de assuntos indígenas, disse que o fechamento do governo poderá ter efeitos de longo prazo sobre as tribos e seus membros. Acordos financeiros e programas econômicos foram suspensos. Estudos de impacto ambiental de projetos tribais atrasarão. E o impacto sobre milhares de funcionários do Birô de Assuntos Indígenas que foram colocados em licença é agravado porque muitos ajudam parentes pobres, ele disse.

"A proteção que as tribos dispõem para ajudá-las a suportar tempos difíceis se foi devido ao sequestro", disse Washburn. Em Hardin, Montana, uma cidade rudimentar na divisa da reserva, Presina Grant cuida de sua irmã, que quebrou ambos os pulsos em uma queda. Até recentemente, Grant, que é crow, recebia US$ 8 por hora como parte do programa de saúde da tribo.

Mas a após a suspensão do programa devido ao fechamento do governo, Grant, 43 anos, se viu em uma longa fila com outros membros da tribo requisitando cupons de alimentos. Sua filha é uma atleta colegial de corrida cross-country e precisa de nutrição. Mas com o dinheiro curto, ela com frequência precisa alimentar seus três filhos com comida congelada.

"Todo mundo está triste -dá para sentir no ar", disse Grant, lembrando do dia neste mês em que recebeu seu último contracheque da tribo. "As pessoas estão preocupadas. Nós estamos rezando todo dia."

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