VOLTAR

Para Palocci, hidrelétrica é melhor que usina nuclear

OESP, Nacional, p. A15
09 de Mar de 2006

Para Palocci, hidrelétrica é melhor que usina nuclear

João Caminoto

A polêmica lançada pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, ao propor anteontem a construção de até sete usinas nucleares nos próximos 15 anos, esbarrou no colega Antonio Palocci. Para o titular da Fazenda, a melhor opção para o Brasil é a energia hidrelétrica. "Não tenho dúvida", ressaltou.
Ao justificar o seu plano de construção de usinas nucleares, Rezende alegou que atualmente elas são muito mais seguras e oferecem vantagens na questão ambiental em relação às hidrelétricas. Para ele, as parcerias público-privadas (PPPs) poderão ser usadas para financiar as usinas, cujo custo deverá ficar em "alguns bilhões de dólares" por unidade.
"Não me parece que elas (as usinas nucleares) sejam as mais seguras", rebateu Palocci. "O Brasil tem hoje a energia hidrelétrica como uma vantagem comparativa extraordinária com o resto mundo. Do ponto de vista ambiental, não tenho dúvida de que a energia hídrica é mais equilibrada do que qualquer outra fonte."
Palocci disse que não é contra a energia nuclear, mas não a considera a melhor alternativa. "Não digo que sou contra, mas acho que alternativa de recurso hídrico é muito mais ambientalmente justificada no caso do Brasil. Ela tem sido historicamente uma opção ambientalmente equilibrada e barata."
SEM RISCO
De acordo com o ministro da Fazenda, o Brasil "não corre nenhum risco" na área energética. "O Brasil é hoje um exemplo no mundo", frisou Palocci. "O País produz álcool barato e de boa qualidade e está se tornando auto-suficiente em petróleo."
O presidente do BNDES, Guido Mantega, também demonstrou cautela com a proposta de Rezende. Mas ponderou: "Se ela se transformar num plano de governo, o BNDES poderá disponibilizar recursos", afirmou.

OESP, 09/03/2006, Nacional, p. A15

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.