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ONGs acreanas são premiadas pelo Banco Mundial. Entidades desenvolvem projetos voltados à sustentabilidade amazônica

Página 20-Acre-Rio Branco-AC
25 de Jun de 2002

A realização do Encontro Nacional de Experiências Sociais Inovadoras e o estabelecimento do Prêmio Banco Mundial de Cidadania inaugurou uma nova relação do Banco Mundial com o Brasil, por meio da interlocução direta com segmentos da Sociedade Civil - as Organizações Não Governamentais - ONGs.
A premiação de 100 projetos de entidades, cuja ação está situada no campo das temáticas: Inclusão Social, Desenvolvimento Sustentável e Socialização do Conhecimento, expressa essa estratégia do Banco na sua relação com os países periféricos.
Do Acre foram selecionadas por um comitê curador constituído por nove pessoas, representantes do Banco Mundial, Unesco, Pommar/Usaid, Programa Comunidade Ativa, Grupo de Trabalho Amazônico - GTA, SOS Amazônia, Organização Internacional do Trabalho - OIT, e Missão Criança, as organizações Eco Amazon com o projeto Sandálias D'Árvore, o Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia - MAMA, com o projeto de Implantação da Agenda de Propostas das Mulheres da Floresta para o Terceiro Milênio e a Rede Acreana de Mulheres e Homens com o Programa Mãos Femininas da Floresta.
Entre os 25 finalistas figura o projeto Sandálias D'árvore, sob a direção de João Tezza Neto. A experiência ganhou o prêmio especial de 25 mil dólares. Segundo Tezza Neto, a escolha do projeto indica que a experiência está no caminho certo, no tocante ao desenvolvimento sustentável da Amazônia. "É evidente que o valor em dinheiro tem sua importância, mas além dessa questão existe algo de extrema importância que é a credibilidade, o aprimoramento da visão empresarial, a melhoria das oportunidades e a consistência técnica", salientou João Tezza Neto.
Para a coordenadora do MAMA, Concita Maia, presente ao encontro, que aconteceu em Brasília de 10 a 13 de junho, a premiação trouxe a abertura de parcerias, o que trará uma grande contribuição na implementação da agenda da entidade. "Tivemos contato com o Reino Unido e Holanda, a partir daí poderemos criar condições na esfera regional para implementar nossa agenda", comentou Concita Maia. O MAMA recebeu o prêmio de mil dólares com o projeto Implantação da Agenda de Propostas das Mulheres da Floresta para o Terceiro Milênio.
Na visão da professora Francisca Leite (França), do departamento de História da UFAC e membro da Rede Acreana de Mulheres e Homens, a postura do Banco Mundial, no momento em que o Brasil vive um processo de revigoramento democrático no marco dos processos globais que têm provocado impactos tão profundos e devastadores na vida das pessoas, é inovadora. "Digo isso, mas vale ressaltar que haverá resultados desejáveis se o aparelho do Estado brasileiro se transformar num instrumento que garanta a cidadania a todos e se formos capazes de estabelecer um novo padrão de desenvolvimento, o que exige uma reflexão macro e vontade política. O momento é oportuno para que Estado e sociedade reflitam sobre que futuro queremos?", discorreu a historiadora.

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