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O plantio de soja sera 20 porcento menor, diz Maggi

GM, Agronegocio, p.A1, B12
05 de Ago de 2005

O plantio de soja será 20% menor, diz Maggi
Com a queda nos preços dos grãos, o governador do MT busca alternativas de melhorar arrecadação.
Em seu escritório no Palácio Paiaguás, em Cuiabá, sede do governo de Mato Grosso, o chefe do executivo estadual, Blairo Maggi (PPS), se debruça sobre papéis para tentar resolver o problema de arrecadação do estado, que tem na agricultura a sua maior receita. O governador-empresário diz que, desde o ano passado, busca uma fórmula para aumentar a arrecadação sem elevar impostos, o que, para ele, seria seu maior ônus político.
Há algum tempo pensou ter encontrado uma alternativa: "Propus aos agricultores do estado aumentar a área de plantio em 5% para a safra 2005/06", disse o governador, que é também o maior produtor de soja do mundo.
O apoio à idéia, inicialmente, foi total, mas acabou sendo arquivada. Estudos técnicos mostraram que a expansão das lavouras poderia criar mais problemas do que soluções. O projeto de Maggi esbarra nas já bastante graves questões ambientais que envolvem seu estado. Por isso, Maggi terá de conviver com uma dura realidade.
De acordo com o cenário do governador, a safra de soja de 2005/06 será menor. Ele prevê uma redução no plantio do grão entre 20% e 27% no estado e de cerca de 20% no País. A assessora da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Vânia Saintive, concorda com a projeção do governador. A soja deve ceder espaço para pastagens.

O plantio de soja será 20% menor, diz...
Cuiabá, 5 de Agosto de 2005 - Vânia acompanha a produção de safra do País. Não pode, entretanto, confirmar os números previstos pelo governador matogrossense divulgou. Ela acredita que realmente haverá uma expressiva redução do plantio da soja e de outras lavouras. "Além da valorização do real ocorrida nos últimos meses, os agricultores estão sem dinheiro para os insumos destinados ao plantio da próxima safra", afirma Vânia. A estimativa oficial da redução da área plantada deve se confirmar no final deste mês.
Efeito ambiental
"Aumento da área de desmatamento, valorização do real e ainda as dificuldades com infra-estrutura para o escoamento da produção foram os principais entraves que me levaram a arquivar da idéia de incentivar a atividade agrícola no Mato Grosso", afirmou.
Para aumentar a participação da área dedicada à agricultura no estado de 32% para 37%, seria necessário desmatar mais 500 mil hectares e, segundo o governador, "os embates com o governo federal e com as entidades ambientais no estado seriam muito grandes".
"Houve uma certa empolgação com a iniciativa, mas não encontrei o devido respaldo", acrescentou o governador.
Ainda de acordo com Maggi, um outro fator preponderante que o fez desistir da idéia foi a desvalorização das commodities no mercado internacional. O chefe do executivo mato-grossense faz críticas contundentes à política econômica comandada pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci. "O governo tem de fazer algo. Caso contrário não agüentaremos o impacto das perdas. Creio que um câmbio de R$ 2,80 a R$ 3 seria mais justo".
Maggi acredita porém que não são os preços internacionais das commodities que causam mais prejuízos. Para ele, o problema maior é mesmo o câmbio, uma vez que o País vem buscando novos mercados para absorver os excedentes de safra, como a Ásia e o Oriente Médio.
Sem possibilidade de aumentar a produção agrícola por meio da expansão da área plantada, o governador decidiu se converter numa espécie de porta-voz dos agricultores nacionais. "Esta é minha convicção pessoal", argumentou.

GM, 05-07/08/2005, p. A1, B12

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