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O barulho da minoria

Estado de Minas (Belo Horizonte-MG)
05 de Mai de 1985

Reportagem realizada com a liderança indígena Álvaro Tukano, que falou sobre a crescente organização, os sentimentos e os anseios das populações indígenas representadas pela União das Nações Indígenas (UNI), entidade da qual é coordenador. Ele aponta que utilizar de mecanismos do mundo branco, como a roupa, o relógio e a língua portuguesa, não fazem dos índios menos índios, mas que é um meio pelo qual os povos indígenas conseguem reivindicar seus interesses e se defender das ameaças perante o progresso branco, de mineradoras, gado e projetos agrícolas. Desta forma, a terra é o pivô da luta indígena, assim como o direito de viver nela conforme suas tradições e costumes, e, por isso, a demarcação e a proteção das terras indígenas são umas das principais bandeiras levantadas pela UNI.
Álvaro diz, ainda, como a marginalidade foi imposta às populações indígenas, que privadas de suas terras e modos de vida, convivem no lado marginal e miserável da civilização à qual foram impostos, como se ser civilizado fosse a melhor coisa do mundo. Nesse sentido ele concluiu que a principal reivindicação é que o Estado brasileiro respeite as Nações Indígenas como sociedades com leis e cultura própria, com o fim da imposição de valores morais, religiosos, sociais e comportamentais em nome da civilização e do cristianismo. Assim como o reconhecimento do direito de se autogovernar, com o fim da tutela de órgãos oficiais e eclesiásticos.

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