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Novo projeto no trecho sul do rodoanel

GM, Rede Gazeta do Brasil, p.B13
10 de Mai de 2004

Novo projeto no trecho sul do rodoanel
Governo de São Paulo espera entregar ainda em maio alternativa para evitar danos ambientais na Grande São Paulo. O governo de São Paulo corre contra o tempo para buscar alternativas aos problemas do projeto envolvendo o trecho sul do Rodoanel Mário Covas, que deverá circundar a Grande São Paulo. O projeto, a grande vitrine do governo Geraldo Alckmin (PSDB), está sendo considerado a salvação econômica da área leste da região metropolitana de São Paulo e do ABC. A previsão da Secretaria dos Transportes de São Paulo é apresentar ainda em maio um novo estudo sobre o impacto ambiental da obra, que já tem 32 quilômetros em sua chamada asa oeste, integrando as rodovias Anhanguera, Bandeirantes, Castelo Branco e Raposo Tavares. Desde o ano passado estão sendo realizadas reuniões com representantes de prefeituras, entidades ambientalistas e arquitetos, além de ONGs (Organizações Não-Governamentais), para discutir opções de traçado da auto-estrada. Já foram realizadas pelo menos três audiências públicas em pelo menos três cidades. Em Mauá, um dos municípios que deverão ser amplamente beneficiados com a obra, a sociedade analisa desde o final de 2002 cinco opções de traçado, já que o original não agradou. A prefeitura, encabeçada pelo prefeito Oswaldo Dias (PT), anseia por um traçado que privilegie o bairro de Sertãozinho, que é o mais novo e promissor pólo industrial da cidade. Com a pista cortando o bairro ou passando próximo - o que permitiria a construção de um acesso direto - provavelmente estimularia e viabilizaria o pólo industrial, que no ABC é considerado com a principal área econômica viável da região leste da Grande São Paulo. As propostas atuais em análise incluem a construção do Ferroanel, que acompanharia o traçado rodoviário e serviria para o transporte de cargas pesadas e perigosas a longas distâncias. Problemas O governo estadual, entretanto, não tem o dinheiro necessário para todo o trecho, que tem estimados 60 quilômetros de extensão e que ligaria Mauá à rodovia Régis Bittencourt, onde se conecta ao trecho oeste - o trecho sul interligaria a região oeste da Grande São Paulo às rodovias Anchieta e Imigrantes, que levam ao Porto de Santos. No plano plurianual estão previstos R$ 800 milhões, mas a obra deve custar R$ 2 bilhões. O estudo de impacto ambiental e o relatório de impacto no meio ambiente (EIA-Rima) elaborados em 2002 acabou sendo ignorado. Para a secretaria, haveria o risco de que os planos originais perdessem relevância por conta do tempo necessário para a aprovação e começo de execução das obras. O EIA-Rima antigo foi bombardeado pelos de ambientalistas, que não aceitavam o traçado proposto, alegando que o trecho sul provaria danos aos ecossistemas na Serra do Mar e nas represas Billings e Guarapiranga - sem falar nos problemas apontados no trecho norte, que cortaria a Serra da Cantareira. A Sabesp e o Instituto Florestal também se opuseram ao traçado, perto de áreas de captação de água, responsáveis por 60% do abastecimento da Grande São Paulo. Falta de integração Alguns dos principais críticos do rodoanel reclamam da falta de integração e de troca de informações entre os governos municipal e estadual. A prefeitura paulistana está amplamente empenhada na transformação da zona leste de São Paulo em importante pólo industrial e conta com a ampliação da estrada Jacu-Pêssego, que corta o extremo da zona leste, para viabilizar a iniciativa. Até agora ambos os projetos caminham de forma separada, o que pode causar problemas. kicker: Trecho sul deverá ter cerca de 60 quilômetros em toda a sua extensão
GM, 10/05/2004, p. B13

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