OESP, Geral, p. A10
09 de Abr de 2004
Novo índice repercute no mundo
Mídia internacional destacou o crescimento da destruição na maior floresta tropical
A notícia de que a área desmatada na Amazônia em 2002-2003 foi a segunda maior da história repercutiu mundialmente e foi divulgada pelos principais meios de comunicação internacionais. O Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês) pediu ontem que o governo brasileiro adote medidas imediatas para deter a devastação na maior e mais importante floresta tropical do planeta.
Segundo a seção brasileira da ONG, a maior porcentagem de desflorestamento ocorre nas áreas classificadas pelos cientistas e o governo como "essenciais para a conservação de diversas espécies amazônicas".
"É muito alarmante que pelo segundo ano consecutivo não haja sinais de que o desflorestamento esteja diminuindo", disse à agência espanhola EFE Denise Hamu, representante do WWF no Brasil. Ela pediu às autoridades do País que respondam a esta crise "cumprindo seu compromisso de triplicar a área amazônica sob proteção legal".
"O Brasil anunciou no mês passado planos há muito aguardados para reduzir a destruição, em meio a críticas de que o governo de centro-esquerda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva falhou em agir rapidamente em seu primeiro ano degestão", informou o jornal americano The Washington Post.
Segundo o britânico Financial Times, por trás da devastação estão o avanço da fronteira agrícola, o crescimento populacional e o corte ilegal promovido por madeireiras. "A ocupação ilegal, a venda de terras e os cortes ocorrem muitas vezes com a ajuda de políticos locais."
A TV britânica BBC divulgou que as crescentes exportações de carne e soja no País têm encorajado os fazendeiros a substituírem a floresta por áreas de produção. "Os cientistas temem que a derrubada poderá afetar o clima global, assim como ameaçar milhares de espécies animais e vegetais únicas."
"Os ambientalistas ficaram especialmente preocupados porque, no passado, a destruição da Amazônia sempre seguiu uma melhoria da economia, mas em 2002 o Brasil cresceu 0,2%", informou a CNN.
OESP, 09/04/2004, Geral, p. A10
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