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Nova CPI

Brasil Norte-Boa Vista-RR
20 de Fev de 2004

O senador Mozarildo conseguiu emplacar a criação de uma CPI para investigar as famigeradas demarcações de terras indígenas no Brasil.
O parlamentar roraimense festejava ontem porque sua proposta alcançou recorde no recolhimento de assinaturas: precisava de apenas 27, no entanto, fez o encaminhamento com 53.
Autor da proposta, Mozarildo vai pleitear a presidência ou a relatoria da Comissão.
Brasil por inteiro
A Comissão, segundo Mozarildo, será o elemento de embasamento de um grande levantamento do processo expansionista que vem ocorrendo no Brasil com a ocupação de extensas áreas produtivas por pequenas comunidades indígenas.
Foi a partir dos conflitos de Roraima e Mato Grosso do Sul que o senador sustentou seu requerimento.
Mas a CPI, segundo informou, vai percorrer todos os Estados da Nação onde há divergências com essa onda demarcatória.
Mapeamento
A CPI da demarcação de terras indígenas terá nove titulares, contará com verbas de R$ 200 mil e deve funcionar até dezembro.
Os passos regimentais serão efetivados urgentemente e os trabalhos iniciarão logo que os partidos indicarem seus integrantes.
Além do mapeamento das terras indígenas, a CPI vai revelar a verdade sobre a quantidade de terras da demarcadas e quantificar oficialmente a população de índios no pais.

Pé-de-guerra
O deputado carioca Lindemberg Farias expôs sua total apreensão com a questão indígena em Roraima.
Anunciou praticamente seu alistamento em defesa dos interesses do Estado contra a insanidade e insensatez dos que querem a reserva de Raposa em área única.
- Isso só faria crescer mais ainda a rivalidade entre os povos e haverá certamente derramamento de sangue na região.
Sensibilidade
Lindemberg disse que vai levar ao presidente Lula sua preocupação e defende que saia do Palácio do Planalto uma ação mediadora.
Segundo ele a questão de Roraima é grave e denota claramente que há no Estado uma crise federativa que precisa ser resolvida logo.
"Não se pode remover cidades assim como se fossem areia do deserto", disse referindo-se a Pacaraima e Uiramutã, ameaçadas de extinção.
Indignação
O coordenador da Comissão da Câmara dos Deputados, que esteve em Roraima, ficou indignado com a intransigência de alguns órgãos envolvidos na questão de Raposa.
Moacir Michelleto disse que é inadmissível homologar a área como querem a Funai e as ONGs.
"Seria o mesmo que quebrar as duas pernas de um trabalhador que precisa se locomover para sustentar sua família", disse referindo-se a questão as área produtivas do Estado.
Cresce na crise
O produtor de soja Dirceu vinhal, da Cooperativa Grão-Norte, revelou ontem um dado interessante.
Apesar de toda essa desordem provocada pelas questão indígena e fundiária, o setor agrícola vem crescendo em média 5% ao ano.
Este ano, segundo Dirceu, serão plantados 18 mil hectares.
Queixa justa
Dirceu Vinhal queixou-se da falta de apoio governamental para a consecução de projetos agrícola em Roraima.
Para ele há órgão e gente demais envolvidos na burocracia, mas os objetivos são pouco atingidos.
As vezes nota-se até um acerta confusão nas atividades parecidas das Secretarias do Desenvolvimento, Agricultura e Planejamento.
É o fim
A Urihi - Saúde Ianomami, ONG criada em 2000 que chegou a atender metade desta etnia, anunciou o fim de sua parceria com a Funasa.
Diz ter sido relegada, com a nova política "centralista", a transporte de pacientes e abastecimento de veículos.
Teme crescimento de doenças como a malária, já que o pessoal da Funasa "nem fala a língua da tribo".

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