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Autor: Leonardo Thomé
16 de Jan de 2019
O Ministério Público Federal (MPF) em Santa Catarina vai realizar uma inspeção judicial no Terminal de Integração Saco dos Limões (Tisac), no bairro de mesmo nome, em Florianópolis. No local, assim como nas últimas temporadas de verão, dezenas de famílias de indígenas estão alojadas em barracas improvisadas enquanto trabalham com a venda de artesanato na Capital.
A data da inspeção, que deve ocorrer neste mês de janeiro, não foi divulgada porque outros órgãos vinculados ao assunto ainda não foram convidados a participar. Serão chamados à vistoria a Prefeitura de Florianópolis, a Funai, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (Cau), a SPU e o Governo de SC.
A ideia de vistoriar as instalações onde cerca de 300 indígenas estão mal acomodados desde dezembro nasceu em uma reunião na tarde desta quarta-feira na sede do MPF em Florianópolis. Participaram do encontro, entre outras pessoas, o procurador Eduardo Barragan, do MPF, o vereador Lino Peres (PT) e indígenas da etnia Kaingang.
Os índios reclamaram da falta de banheiros e segurança, da escassez de água e luz, e da insuficiência de barracas para adultos e crianças - que desprotegidos têm convivido com o vento e a água da chuva que molha o artesanato e as roupas de todos. Para o vereador Lino, a situação de homens e mulheres que estão vivendo no Tisac é "indigna".
- Os índios estão sofrendo lá no Tisac, está difícil. Esperamos que essa inspeção possa melhorar pelo menos as nossas condições no local, que tenhamos um pouco mais de estrutura básica para passar esses dias - destacou o indígena Elizandro de Lima, de 35 anos.
Prefeitura diz que indígenas vão mudar para tendas e contêineres, só não sabe quando
Na terça-feira (15), quando a reportagem da Hora de SC publicou outra matéria sobre a questão dos indígenas no Tisac, a diretoria de obras da prefeitura informou, por nota, que havia sido realizada licitação para locação de tendas e contêineres para alojar os índios enquanto a casa de passagem não é construída.
"No momento, estamos em fase de assinatura de contrato. Após as duas empresas assinarem, as ordens de serviço para locação dos itens (contêiners e tendas), é dado prazo de cinco dias úteis para instalação das tendas e cerca de 15 dias para colocação dos contêineres", diz o texto, sem especificar a previsão de data para assinatura do contrato.
Ainda, a nota diz que, nesse tempo em que os índios estão alojados no Tisac, a prefeitura não deixou de atendê-los e que estão em barracas doadas pelo Exército e a Defesa Civil, e que Comcap fez limpeza dos bueiros. Além disso, a Secretaria de Saúde tem promovido vacinação, e dedetizado da área, além de outras ações.
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