OESP, Nacional, p.A4
25 de Fev de 2005
MP montou mapa da grilagem na região
Documento, de 2003, mostra como agem quadrilhas ligadas a terras e ao narcotráfico
Em julho de 2003, o Ministério Público Federal produziu um mapa detalhado das atividades de grilagem que se desenvolviam a pleno vapor na Terra do Meio, no Pará, onde foi assassinada a freira Dorothy Stang. O documento, entregue às autoridades federais e estaduais, relacionava os nomes dos cabeças da organização criminosa, descrevia geograficamente o ambiente em que atuavam e o esquema operacional das quadrilhas.
Conforme o documento, precursor do relatório produzido em setembro e também entregue ao governo, nesta grande área paraense, equivalente ao Estado de Santa Catarina, onde outrora existia uma grande floresta, restam esparsas porções da vegetação primitiva e alargam-se campos e morros cobertos de capim para gado. A grilagem sistemática e intensiva revela-se como etapa imediatamente seguinte ao esgotamento da extração de madeiras nobres nessa região, notadamente o mogno, enfatiza o documento.
Descreve ainda que a indústria da grilagem desenvolveu-se a partir da cidade de São Félix do Xingu, foco supridor de pistoleiros contratados pelas quadrilhas de grileiros. Lá, foi montada também uma espécie de central de venda e legalização de terras griladas mediante documentação falsificada, com a conivência de órgãos públicos como o Incra e o Instituto de Terras do Pará (Iterpa). Segundo o documento, a grilagem de terras se expande a partir do esgotamento dos recursos madeireiros.
O armamento usado nas ações de grilagem, conforme o documento, é composto de escopetas, pistolas e metralhadoras. Os agenciadores e municiadores de pistoleiros estariam subordinados ao traficante Leonardo Mendonça. Mesmo preso desde o ano passado, ele continuaria comandando uma quadrilha especializada na aquisição, reposição de armas e munição. Leonardo seria a conexão entre a grilagem de terras e o narcotráfico.
OESP, 25/02/2005, Nacional, p.A4
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