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Movimento indígena do Amazonas pede apoio da Comissão da Amazônia de Povos Originários para enfrentar a emergência climática

Coiab - https://coiab.org.br
Autor: Duda Salabert
11 de Nov de 2023

Duda Salabert (PDT - MG) ouviu demandas quanto às consequências da seca histórica enfrentada por populações indígenas no estado

Publicada em: 11/11/2023 as 00:00

Em cumprimento de agenda em Manaus, a deputada federal Duda Salabert (PDT - MG) ouviu, na manhã desta sexta-feira (10), representantes da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e da Articulação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (Apiam). A deputada faz parte da Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais (CPovos), da Câmara dos Deputados, e sua visita teve o objetivo de ouvir os povos indígenas afetados pela seca no estado do Amazonas.

"Embora eleita por Minas Gerais, sou deputada federal e coloco meu mandato à disposição dos povos indígenas", afirmou a deputada durante a reunião, que ocorreu na sede da Coiab.

Coordenador-geral da Coiab, Toya Manchineri destacou que o estado do Amazonas enfrenta a crise climática, demonstrada no desequilíbrio entre cheias e secas nos últimos anos. "Por conta da seca, o número de crimes ambientais aumentou, o que resultou também no aumento de queimadas e na poluição do ar, com fumaça cobrindo o céu das cidades do Amazonas", destacou Toya.

Crise climática e humanitária

A coordenadora executiva da Apiam, Mariazinha Baré, afirmou que as ações do Governo do Amazonas não estão sendo efetivas para atender a população indígena afetada pela seca.

Levantamento realizado pela Apiam, junto a suas organizações indígenas regionais e locais até o mês de outubro, aponta que cerca de 62 mil famílias indígenas foram afetadas pela estiagem. Além do isolamento causado pela seca dos rios, houve registro de perda de produção agrícola, dificuldade de acesso a serviços de saúde, acesso à água potável, educação, entre outras restrições a direitos fundamentais.

"A situação é crítica. A seca agrava ainda mais um problema histórico que é o acesso à água potável nas comunidades indígenas. Precisamos pensar em ações estruturantes, não somente emergenciais", destacou a coordenadora da Apiam, que ainda alertou sobre a falta de segurança nos territórios indígenas do Amazonas.

Potássio

Os representantes do Amazonas também compartilharam com a deputada federal a preocupação quanto à exploração de potássio no território do povo Mura, em Autazes, município distante 113 quilômetros de Manaus.

"Em plena crise climática, o Governo do Amazonas está insistindo em apoiar a exploração de potássio em territórios indígenas. A Potássio do Brasil, pertence ao mesmo grupo da Belo Sun, que tem matado o povo Munduruku no Pará com a contaminação por mercúrio", disse.

O povo Mura tem denunciado nas redes sociais e imprensa que a referida empresa tem cooptado lideranças indígenas a apoiar a atividade de exploração em Autazes. A Potássio do Brasil e a Belo Sun, mineradora de ouro que tem conflito com indígenas e assentados da reforma agrária na Volta Grande do Xingu, no Pará, estão ligadas ao banco canadense Forbes & Manhattan.

Após apresentação de demandas, a deputada federal comprometeu-se em nacionalizar o debate, dialogar com o Governo Federal, acionar e cobrar o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) para ações efetivas pelo enfrentamento climático no Amazonas.

https://coiab.org.br/conteudo/movimento-ind%C3%ADgena-do-amazonas-pede-…

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