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Moradores fazem protesto contra obra de Hidrelétrica de Belo Monte

G1.globo.com
15 de Mar de 2010

Moradores fazem protesto contra obra de Hidrelétrica de Belo Monte

Cerca de 1,5 mil pessoas fizeram uma caminhada pelas ruas de Altamira (PA), em protesto contra a construção da Hidrelétrica de Belo Monte, nesta segunda-feira (15). As lideranças das aldeias indígenas que serão afetadas pela construção da usina, no leito do Rio Xingu, no Pará, já afirmaram ao G1 que vão usar todas as armas na luta para evitar que a obra seja concretizada.
A ação foi organizada por integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens e Movimento Xingu Vivo para Sempre. Durante a caminhada, foram queimados bonecos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de Dilma Roussef, ministra-chefe da Casa Civil, e de Carlos Minc, ministro do Meio Ambiente.
Problema ambiental - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu licença prévia para construção da usina em fevereiro deste ano. A decisão revoltou Luis Xipaia, cacique da aldeia tukaia e presidente do Conselho Indígena de Altamira (Coia). Ele disse que mais de quatro mil índios de nove aldeias da região estão prontos para "pegar em armas".
Xipaia realiza assembleias para decidir ações a serem tomadas para evitar que o projeto da hidrelétrica siga em frente. "O Governo federal só vai construir a usina se matar os índios que vivem aqui. O Rio Xingu vai ficar vermelho de sangue. A nossa resistência será maior do que a realizada na reserva Raposa Serra do Sol."
As entidades que compõem o Movimento Xingu Vivo para Sempre já fizeram vigílias, em frente ao escritório regional do Ibama, em Altamira (PA), em repúdio pela liberação da licença prévia para construção da usina. Outras manifestações foram realizadas em Santarém (PA) e Belém.
Histórico - O governo quer realizar o leilão de concessão da usina hidrelétrica de Belo Monte até o dia 12 de abril, segundo informação divulgada no balanço de três anos do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC).
Especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), da Universidade Federal do Pará, do Museu Paraense Emílio Goeldi, do Instituto Sócio Ambiental (ISA) e do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, pela sigla em inglês) realizaram um estudo apontando impactos ambientais da construção da usina para a vegetação local, animais e até sobre as populações indígenas que habitam um trecho do rio conhecido como Volta Grande do Xingu.
Energia x impacto ambiental - O estudo de impacto ambiental indica falhas na previsão de geração de energia da usina, que seria maior do que a capacidade real do projeto. Os estudos preliminares para a construção de uma hidrelétrica no Rio Xingu foram feitos na década de 1980. O projeto da barragem e de canais desviam parte do leito do rio. O cálculo prevê que cerca de 100 quilômetros do curso d'água fiquem secos.
A obra prevê a capacidade de geração de 4.719 megawatts (MW) no período seco e 11.181 MW com a usina em plena capacidade. A Usina de Itaipu - a maior do Brasil - tem capacidade para 14 mil MW. Os reservatórios de Belo Monte, incluindo os canais, ocuparão uma área de 516 km², o equivalente a um terço do município de São Paulo. (Fonte: G1)

G1.globo.com, 15/03/2010

http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MRP1530765-5598,00.html

Reproduzido no Ambientebrasil

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