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Missionário questiona reintegração de terras que desalojou índios no MS

EBC- http://radioagencianacional.ebc.com.br
Autor: Renata Martins
07 de Jul de 2016

Uma ação de reintegração de posse em Dourados, no Mato Grosso do Sul, desalojou nove famílias indígenas da etnia Guarani Kaiowá na manhã desta quarta-feira (6). A reintegração de posse da Fazenda Serrada foi concedida pelo juiz substituto Fábio Kaiut Nunes, da 1ª. Vara da Justiça Federal de Dourados.

De acordo com o delegado da Polícia Federal, Fernando Campos, cerca de 60 agentes participaram da ação que teve o apoio da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal. A Funai acompanhou a ação. Os indígenas foram levados para as margens da BR-463, nas proximidades onde estava o acampamento.

O missionário do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Matias Benno, considerou a ação lamentável.

Sonora: "Eles voltaram para condição de beira da rodovia, depois de ter muito lutado, de ter conseguido minimamente um poço, e agora voltam para beira da rodovia, onde já perderam nove pessoas por atropelamento. "

O Cimi contesta a decisão da Justiça. De acordo com o conselho, a reintegração foi realizada mesmo com pedido da Funai de suspensão de liminar no Supremo Tribunal Federal, ainda não julgado, e uma semana após a publicação de portaria da Funai criando o Grupo de Trabalho responsável pela demarcação de Apyka'i.

Ainda de acordo com o Cimi, a área é arrendada para o plantio de cana da Usina São Fernando, propriedade de José Carlos Bumlai, preso na Operação Lava Jato.

A comunidade indígena de Apyka'i, ocupava o território reivindicado pelo povo Guarani Kaiowá desde 2013.

Conflitos agrários envolvendo indígenas e fazendeiros são constantes no estado. Como destaca o delegado Fernando Campos.

Sonora: " O Mato Grosso do Sul é o segundo estado que tem uma das maiores comunidades indígenas. Então a problemática envolvendo índio aqui é muito grande. E é um estado onde não houve demarcação de terras suficiente pra eles."

Em junho, o índio Clodioude Aguile foi assassinado em Caarapó, a 50 quilômetros de Dourados, em um conflito por terras. A região, localizada no cone sul do Mato Grosso do Sul, fica na fronteira com o Paraguai. Procurada pela reportagem, a Funai não se pronunciou.

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