VOLTAR

Ministro espera aval para Madeira ainda este mês

OESP, Economia, p. B4
16 de Jun de 2007

Ministro espera aval para Madeira ainda este mês
Caso o licenciamento ambiental saia nesse prazo, o leilão da primeira hidrelétrica, a de Santo Antônio, poderá ser realizado em setembro

Renée Pereira

Apesar das mudanças na modelagem do leilão das usinas do Rio Madeira, o problema de licenciamento ambiental continua. Depois de perder o prazo 'psicológico' de 31 de maio, o governo espera que a autorização prévia saia até o fim do mês. Se isso ocorrer, o leilão da primeira usina, Santo Antônio, poderá ser realizado em setembro.

'O ideal é começar as obras até meados do ano que vem para que as primeiras turbinas entrem em operação em 2012', disse o ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner. Ele lembrou que a usina de Santo Antônio terá 3.150 megawatts (MW) produzidos com 44 máquinas de 71,6 MW. O investimento só nessa unidade é de R$ 9,2 bilhões.

Posteriormente, o governo vai licitar a Hidrelétrica de Jirau, cuja potência será de 3.300 MW e o investimento, de R$ 10 bilhões. A data do leilão não está definido, mas poderia ocorrer a qualquer momento, pois o licenciamento ambiental é para as duas usinas.

O presidente do Ibama, Bazileu Alves, disse que o processo de licenciamento das usinas tem sido um desafio. 'Tivemos de incorporar os maiores especialistas do País e do mundo para que pudessem dar mais segurança à equipe do Ibama para responder às questões do projeto', explicou. O executivo destacou que é preciso ter muito cuidado com esse processo para não repetir problemas do passado, como foi a construção de Balbina.

Bazileu listou os principais impactos da construção. Entre eles está a infra-estrutura social, com o aumento da população local por causa da migração de trabalhadores para levantar o projeto. Além disso, há questões ligadas à malária, mercúrio, sedimentos e latiofauna.

Apesar dos problemas, o presidente da Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, disse que é preciso dar andamento ao projeto e ter coragem de modernizar as instituições do País. 'Não quero ficar apontando fantasmas, mas sabemos que há interesses econômicos por trás de todos esses debates sobre o licenciamento ambiental, especialmente na Amazônia.'

Para ele, a licença prévia vai sair até o fim do mês. 'As exposições feitas hoje (ontem) deram maior clareza do que está sendo discutido dentro do governo sobre o Rio Madeira.'

Outro problema que precisa ser solucionado, segundo o ministro, é o fornecimento de equipamentos para a construção das usinas. Segundo ele, as fabricantes de máquinas para hidrelétricas formaram um consórcio (Alston, Voith Siemens e VaTech) e firmaram acordo com a Odebrecht. Ou seja, os demais interessados no leilão ficaram sem alternativas para comprar equipamentos. 'Todos os fornecedores estão associados com um único investidor. Seria um desastre ter de importar esses equipamentos, já que o País tem tradição centenária nessa área', afirmou Hubner.

O financiamento do projeto, pelo BNDES, será no formato de project finance, em que a receita do empreendimento é a garantia de pagamento.

OESP, 16/06/2007, Economia, p. B4

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.