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Ministro descarta fatiamento da Lei de Biosseguranca

OESP, Geral, p.A14
10 de Set de 2004

Ministro descarta 'fatiamento' da lei
Segundo Eduardo Campos, Senado não pode aprovar partes do projeto separadamente
O ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, defendeu a manutenção do capítulo que trata de células-tronco no projeto de Lei de Biossegurança, em tramitação no Senado. O relator do projeto, Ney Suassuna (PMDB-PB), havia dito anteontem que o governo estudava desmembrar o projeto e votar agora só as regras que tratam de transgênicos, para garantir rapidez na aprovação.
Campos afirmou que o regimento do Senado impede o "fatiamento" dos projetos.
Ele argumentou que o capítulo que trata da pesquisa com células-tronco de embriões é fruto de um debate com vários setores.
O governo tem pressa na aprovação do projeto pelo Legislativo. Seria a única maneira de se livrar do desgaste de editar medida provisória para permitir o plantio de soja transgênica.
Campos elogiou o substitutivo em tramitação no Senado - incluindo o capítulo que confere maiores poderes à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), ligada a seu ministério.
O ministro da Saúde, Humberto Costa, discorda. O texto em tramitação no Senado retira de órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o direito de opinar sobre a comercialização de transgênicos. Pelo texto, a decisão técnica é exclusiva da CTNBio. "A CTNBio é importante. Mas os órgãos de regulação têm de ser ouvidos", defendeu Costa. "Não é possível que um órgão deixe de ser consultado sobre a segurança de um produto a que, mais tarde, ele terá de dar o registro."
Última instância - Suassuna está propenso a fortalecer o Conselho de Ministros que, pelo seu substitutivo, daria a palavra final sobre recursos contra decisões da CTNBio. Pela proposta de Suassuna, esse conselho seria composto por 9 e não 15 ministros, como previa o projeto aprovado na Câmara, e incluiria o de Relações Exteriores. O conselho se reuniria sempre que convocado pela Casa Civil. "A idéia é transformar o conselho em órgão recursal das decisões da CTNBio. Esse conselho seria a última instância para resolver problemas de ordem política", disse.
Recurso - O Greenpeace e o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) recorreram, na segunda-feira e ontem, da decisão da 5.ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1.ª Região, em Brasília, que julgou a CTNBio competente para autorizar o plantio e a comercialização da soja Roundup Ready, sem prévio Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto no Meio Ambiente. (Lígia Formenti e Cida Fontes)

OESP, 10/09/2004, p. A14

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