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Minc atribui queda mensal a ação do governo na região

OESP, Vida, p. A16
30 de Jul de 2008

Minc atribui queda mensal a ação do governo na região
Segundo o ministro, no primeiro semestre foram fechadas 319 serrarias e embargadas 606 propriedades

João Domingos

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, atribuiu a redução de 20,6% no desmatamento da Amazônia na passagem de maio para junho às ações de repressão adotadas pelo governo. Entre elas, o embargo de 606 propriedades, restrição ao crédito agrícola, proibição de derrubada de floresta em 36 municípios que fazem parte da "lista negra" ambiental, obrigatoriedade do recadastramento das fazendas e acordos com o setor produtivo para que evitassem comprar matéria-prima de origem ilegal.

Ao divulgar os dados, o ministro disse que a redução havia sido de 25,9%. Mas o que ocorreu foi uma conta malfeita pelos técnicos do ministério. Mais tarde, o ministro reconheceu o erro.

Minc não quis comentar a grande diferença entre os números do Deter se comparados os dois últimos períodos de medição. De agosto de 2006 a junho de 2007, o sistema registrou a derrubada de 3.949 km2 de floresta. Entre agosto de 2007 e junho de 2008, foram 7.823 km2. O ministro estimou que o desmatamento nos últimos 12 meses ficará em torno de 12 mil km2, acima do registrado no período anterior, que foi de 11,5 mil km2. Portanto, segundo ele, a derrubada da floresta deverá ficar abaixo dos 15 mil km2 previstos pelo próprio Minc logo após assumir o cargo, em maio.

Ele disse que o desmate continua "alarmante" e que não há motivos para soltar rojões. A redução, no entanto, ficou clara, disse ele, porque na medição de junho foi possível verificar toda a área da Amazônia com 72% de nitidez.

Se comparado com o dado de junho do ano passado, a queda foi de 38%. Em junho de 2007, a área degradada apontada pelo Inpe foi de 1.398 km2. No mês passado, caiu para 870 km2. De novo, o ministério fez a conta errada. Divulgou que a redução havia sido de 55,8%. " Isso demonstra nosso trabalho e as ações desenvolvidas pelo Ibama e pela Polícia Federal", disse o ministro.

O ministro lembrou que no primeiro semestre foram aplicadas multas de R$ 499,3 milhões, fechadas 319 serrarias, embargadas 93, assinados 2.512 autos de infração, apreendidos 29 barcos, 259 caminhões, 53 tratores, 125 mil m 3 de madeira beneficiada. Disse ainda que atualmente o Ibama faz 45 operações diárias, contra 25 no início do ano.

'Vermelho e preto só no Flamengo'

João Domingos

Carlos Minc prometeu que seria "performático" durante sua gestão e cumpriu. Cada entrevista é um show à parte. Ontem, por exemplo, quando exibia as ações do governo num telão, reclamou das cores usadas pela assessoria.

Como os números da redução no desmatamento haviam sido destacados em preto sobre um fundo vermelho, afirmou que não conseguia distinguir o que havia ali, "porque sou um cara que brigo com os óculos". Em seguida, resolveu dar algumas "dicas cromáticas". "Vermelho e preto só fica bem para a camisa do Flamengo."

Ao falar sobre o corte de financiamentos para propriedades que desrespeitam a legislação ambiental, citou Caetano Veloso: "O dinheiro constrói e destrói coisas belas", numa referência ao verso da música "Sampa".

OESP, 30/07/2008, Vida, p. A16

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