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Mesmo sem obrigatoriedade, índios votam em AL

Primeira Edição - http://www.primeiraedicao.com.br/
Autor: Lídia Lemos
15 de Set de 2010

Mesmo sem serem obrigados a votar os índios participam efetivamente das eleições no Brasil. Meio milhão de índios no país são eleitores em potencial, de acordo com o senado federal. O número exato de títulos emitidos para indígenas é desconhecido. Mas, mesmo não sendo obrigados a votar, eles participam cada vez mais das decisões políticas do país.

Esta realidade não é diferente em Alagoas. De acordo com o professor Jorge Vieira, membro do Conselho Indigenista Missionário em Alagoas (CIMI), a votação dos índios no Estado é bastante significativa. "O voto é muito importante, seja para os índios ou para todos os cidadãos brasileiros. Eles têm que votar para poder cobrar depois", analisou.

Vieira aproveitou para denunciar a 'má fé' de alguns candidatos. "O grande problema é que muitos candidatos oportunistas vão para aldeias para comprar votos", disparou o professor. Jorge Vieira acrescentou que alguns candidatos ao pleito deste ano já rondam as aldeias dos municípios de Joaquim Gomes, Porto Real do Colégio, São Sebastião, Palmeira dos Índios. "Já estamos percebendo a movimentação de candidatos pelas aldeias. Até nas propagandas eleitorais tem candidatos utilizando imagens de índios", colocou, acrescentando que o conselho já faz um trabalho de conscientização nas aldeias.

"Sempre mostramos a eles [os índios] que os políticos nem sempre cumprem o que prometem. Eles vão às aldeias prometem várias coisas e depois terminam votando em projetos que desfavorecem os próprios índios", avaliou.

O cacique Zezinho, da aldeia KOIU PANKA, defende que a consciência política é fundamental para a classe indígena. "Não é ficando distante da política, da cidadania que vamos ver solução para os problemas", disse o cacique.

Dados do IBGE mostram que o Brasil tem mais de 700 mil índios, apesar do alistamento eleitoral não ser obrigatório para os indígenas, a participam deles vem aumentando.

O presidente da Funai, Márcio Meira, explica que a obrigatoriedade não existe porque muitos índios ainda vivem isolados da sociedade. "Mas a Funai tem ciência de que a maioria dos índios mesmo sem a obrigatoriedade vota, e até se candidata", colocou.

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