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Marcha a Brasnorte será a próxima cidade que contará com o movimento

Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - www.cna.org.br
20 de Set de 2008

Deverá ser realizado até o final do ano, outro movimento similar ao da Marcha a Roraima, só que desta vez o movimento deverá ocorrer no Estado de Mato Grosso.

A marcha deverá acontecer na cidade de Brasnorte (579 km a Noroeste de Cuiabá) em solidariedade aos produtores da região que enfrentam a mesma situação dos arrozeiros roraimenses de Pacaraima (RR) - ampliação da demarcação de áreas indígenas.

O presidente da Associação dos Proprietários Rurais - Pesquisa Rio Preto de Juína (Aprur), Aderval Bento, informa que diante da repercussão da Marcha a Roraima, a associação juntamente com os demais sindicatos rurais de Mato Grosso, Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) devem realizar uma Marcha a Brasnorte em meados de setembro. "Nós sabemos que no Estado há muitos municípios que enfrentam problemas com demarcação de terras indígenas, e com isso não devemos deixar a marcha ficar por aqui", disse.

Estudos apontam que o município de Brasnorte tem cerca de 60% de sua área ocupada com Reserva Indígena. Caso o Supremo Tribunal Federal (STF) aprove a ampliação da reserva, muitos produtores da região estão fadados a perderem suas terras e, conseqüentemente, o investimento feito será perdido e a população ficará a mercê do esquecimento.

De acordo com o presidente do Sindicato de Água Boa, Tarcísio Cardoso Tonha, o município de Brasnorte também passa pela mesma situação de Pacaraima (RR). "Nós devemos nos mobilizar para que às autoridades políticas não deixe o setor produtivo no esquecimento e prejudicado. Na verdade, não são apenas os produtores, mas a economia do município também será prejudicada e sofrerá suas conseqüências", desabafou.

O presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antônio Galvan, acredita que a receptividade que a população de Rondônia, Amazonas e, principalmente, a de Roraima teve com a Marcha, foi um fator primordial de motivação do grupo a organizar outros manifestos como este.

"Nessa nova caminhada teremos ainda mais repercussão, inclusive do estado vizinho, Mato Grosso do Sul, onde também existem sérios problemas com demarcação de terra indígena. E enquanto existirem esses problemas - vamos buscar soluções - porque se o governo não reconsiderar as decisões em relação a terras indígenas e agricultores os conflitos serão muito maiores".

NOVO COLONIALISMO - "Esta reunião de Pacaraima marcou um ponto de reflexão muito importante porque o país está submetido a uma forma de novo colonialismo. A imprensa, os governos internacionais têm pressionado o Brasil por temas indígenas e ambientais e as Organizações Não Governamentais (Ongs) vêm ocupando grandes áreas de territórios, áreas de reservas ricas em recursos que o Brasil não pode tocar. E é sobre isso que temos que refletir. Será que isso é o certo? Com certeza essa Marcha a Roraima marca um novo começo da nação brasileira", assim destacou o jornalista e coordenador do Movimento de Solidariedade Ibero-Americano (MSI), Lorenzo Carrasco, que está à frente de diversos movimentos sociais do Brasil, e que apoiou a Marcha a Roraima, inclusive participando da confecção da Carta de Pacaraima.

Lorenzo explica que a insistência nesse movimento, de repercussão nacional, propõe uma reação da sociedade com relação à política brasileira de novo colonialismo e, tal mobilização com o setor produtivo, torna-se uma esperança de devolver ao brasileiro a soberania sobre o seu próprio País.

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