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Mangabeira se diz fã de ex-ministra

OESP, Nacional, p. A7
15 de Mai de 2008

Mangabeira se diz fã de ex-ministra
Mas, em solenidade no Pará, defende expansão do biodiesel na região, plano a que Marina fazia restrições

Carlos Mendes e Fabíola Salvador

O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, afirmou ontem não ter nenhuma divergência com a ex-ministra Marina Silva, de quem disse ser "um entre os muitos de seus admiradores". Deixou escapar, porém, uma das mais notórias divergências entre ele e Marina, durante o lançamento do Plano Amazônia Sustentável (PAS), ao defender a expansão do biodiesel na região prevista no programa. A ex-ministra tinha restrições à derrubada da floresta para o plantio de dendê, que fornece a matéria prima do biodiesel.

Os agricultores, que vão ajudar o poder público a construir esse novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia, segundo Mangabeira, serão remunerados por isso. Ele também disse estar "trabalhando para reforçar a vigilância do governo na defesa do meio ambiente".

A governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, pouco falou sobre a saída de Marina. Ana Júlia apenas lamentou e disse entender os "motivos pessoais" alegados pela senadora, a quem definiu como amiga. "A certeza que temos é que o Pará continuará tendo com o governo federal a mesma parceria na defesa do meio ambiente e de uma política de sustentabilidade para a Amazônia", afirmou.

COLEÇÃO

Segundo Mangabeira, a defesa da região é uma causa nacional, e não apenas regional. "A Amazônia não é apenas uma coleção de árvores. São 25 milhões de pessoas vivendo nesta região", argumentou o ministro, que antes de assumir qualificara o governo Lula de "o mais corrupto da história". Ele lembrou que o custo da preservação não deve ser exclusiva dos governos locais. E adiantou que outros países serão convidados a contribuir, "inclusive financeiramente", com isso. Pela lógica de Mangabeira, o mundo deve ajudar a financiar a preservação da floresta, pois é o planeta todo que vai ser beneficiado com isso. Para o ministro, será necessário também trabalhar para acelerar o processo de transformação de posse de terra em titularidade definitiva. "Precisamos também fortalecer os órgãos fundiários no âmbito federal e estadual."

STEPHANES

Na contramão de Mangabeira, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, garantiu ontem, em audiência no Senado, que a tendência do governo é de proibição do plantio no bioma amazônico. Stephanes defendeu também a adoção de instrumentos que possam coibir o desmatamento por parte de pecuaristas.

OESP, 15/05/2008, Nacional, p. A7

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