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Mais uma crianca indigena morre em Dourados

JB, Pais, p.A3
04 de Mar de 2005

Mais uma criança indígena morre em Dourados
O índio caiuá Janison Valdez Duarte, que tinha três meses de vida, foi a sexta criança de Dourados (218 km de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul) a morrer por causa de desnutrição, segundo a Funasa. Esta foi a 13o morte indígena por desnutrição nos últimos meses.
A criança morreu na madrugada de ontem. Segundo a Funasa, as causas foram parada cardíaca, septecimia (infeção generalizada) e gastrenterite (inflamação no intestino) - em segundo plano, a desnutrição.
Ainda de acordo com a Funasa, a criança já havia sido internada três vezes no hospital de Dourados.
Na noite de quarta-feira, o coordenador de gabinete de Saúde Indígena da Funasa, Antônio Fernandes Costa, disse que os médicos já tinham perdido a esperança de salvar o menino e que a morte dele era dada como certa.
A Funasa também confirmou ontem que outras duas mortes de crianças por desnutrição ocorreram neste ano em Japorã (464 km de Campo Grande), mas não deu maiores detalhes sobre os casos.
Desde o dia 11 janeiro, sete crianças índias morreram em Dourados. Mas uma das mortes - a de Robson Garcia Fernandes, de 2 anos e quatro meses - não é considerada pela Funasa como motivada pela desnutrição. O capitão (líder máximo) da aldeia Bororó, Luciano Arévolo, afirmou, no entanto, que o menino estava desnutrido.
Após a morte da quinta criança, no dia 24 passado, a Funasa reforçou o atendimento médico nas aldeias de Dourados onde vivem 11 mil índios.
Após o trabalho de reforço, foram localizadas nas duas aldeias do município 24 crianças de até 5 anos de idade desnutridas (oito delas em estado grave) e 87 abaixo do peso normal para idade, ou seja, em risco nutricional. No total, os médicos examinaram 457 crianças.
Segundo Costa, a Funasa passará a fazer uma operação especial no município de Amambaí (393 km de Campo Grande), onde o índice de desnutrição atinge 19% das crianças.
Aldeias mais ao sul do Estado estão em situação ainda mais precária, como a de Japorã.
Folhapress

JB, 04/03/2005, p. A3

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