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Líder indígena condiciona liberação de reféns a acordo com a Funai

Agência Brasil
Autor: Flávia Albuquerque
21 de Mai de 2008

São Paulo - Índios Terena e Guarani que mantém três funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Bauru como reféns na cidade de Avaí, no interior paulista, dizem que só vão liberar os reféns depois que a Funai aceitar uma negociação. Os índios pedem a permanência da sede da Funai em Bauru e a nomeação de um indígena para a direção. Segundo os indígenas, a fundação determinou que a sede da instituição seja transferida para Itanhaém, no litoral sul do estado.

De acordo com o líder do movimento, o cacique Terena Anildo Lulu Kadju, os funcionários foram feitos reféns às 11h de ontem (20). No final da manhã de hoje (21), a Polícia Federal tentou interceder e negociar para que os índios soltassem os reféns, mas não houve sucesso. Segundo Kadju, os policiais retornaram para a cidade para tentar contato com a Funai em Brasília.

"A Funai em Brasília se recusa a negociar conosco. Fizemos os funcionários reféns para chamar a atenção e exigir uma negociação, porque tudo o que tínhamos que fazer legalmente já fizemos e não fomos atendidos."

Kadju informou que os reféns estão bem, que estão sendo alimentados e que não foram agredidos. Entretanto, o cacique afirma que não poderá garantir a integridade física deles caso a Polícia Federal interceda e haja confronto.

"Se houver confronto vamos reagir e aí pode sobrar para todo mundo", disse o cacique. Entre os reféns está o chefe administrativo do escritório, Arnor Gomes de Oliveira; o diretor de meio ambiente, Mário de Camilo; e o chefe de posto indígena da reserva de Araribá, Edemilson Sebastião.

Segundo Kadju, os problemas começaram há um ano quando os índios exigiram a saída do então diretor da fundação em Bauru Nilton Bueno Machado e a sua substituição por um indígena. Os líderes indicaram o nome do Guarani Gabriel Poti, que foi rejeitado sob a alegação de que ele teria problemas com a Justiça.

"Disseram que tinha alguns processos em andamento contra ele, mas nunca nos mostraram nenhum documento que comprovasse isso."

Ainda de acordo com Kadju, o Terena Dionízio Vargas - por ser capitão do Exército aposentado e ser graduado em economia - foi indicado para o cargo, mas seu nome não foi aceito pelas comunidades.

A Agência Brasil tentou contato com a Funai em Brasília, mas não obteve sucesso.

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