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Kyoto atacará emissões de aviação e navegação

FSP, Ciência, p. A22
05 de Abr de 2008

Kyoto atacará emissões de aviação e navegação

Da Redação

A Convenção do Clima das Nações Unidas concordou ontem em considerar a permissão para que países industrializados que assinaram o Protocolo de Kyoto usem cortes de emissões em navegação e aviação para atingir seus objetivos na redução de gases relacionados ao aquecimento global.
A decisão foi tomada no final de uma reunião em Bancoc, Tailândia, na qual foi adotada uma agenda de negociações do acordo que deverá ser adotado em 2009 para substituir e ampliar o tratado de Kyoto, que expira em 2012.
A agenda inclui discussões para resolver como os países vão cortar suas emissões de gases-estufa e como os países ricos vão financiar a adaptação dos pobres à mudança climática e a sua transição para uma economia sem carbono.
É o primeiro passo para transformar em um texto de negociação o plano de ação adotado em dezembro em Bali, Indonésia, na última conferência do clima da ONU.
"O trem para Copenhague saiu da estação", disse o chefe da Convenção do Clima, Yvo de Boer, referindo-se à cidade onde o novo acordo será firmado.
Mas o trilho não está livre de desvios. "Vários países aproveitaram para reabrir discussões que já estavam encerradas", disse Marcelo Furtado, do Greenpeace, que acompanhou a reunião. Nações como Rússia e Canadá querem incluir o seqüestro de carbono feito por suas florestas como medida de redução de emissões -algo que Kyoto já havia excluído. O Japão quer metas voluntárias para a segunda fase de Kyoto.
A decisão de atacar as emissões dos setores de transporte aéreo e naval foi considerada um avanço, já que recentemente se descobriu que só a marinha mercante responde por 4% das emissões mundiais. Os dois foram excluídos de Kyoto.
"Isso estava havia mais de uma década parado na Organização Internacional da Aviação Civil e na Organização Marítima Internacional, e agora vão ter de discutir", disse Furtado.
Um pedido de discussão sobre metas de redução de emissões dos EUA foi rejeitado e deve ficar para 2009, quando o novo presidente terá assumido.

FSP, 05/04/2008, Ciência, p. A22

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