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Justiça reconhece violações sofridas por indígenas na Ditadura Militar

Rádio EBC radios.ebc.com.br
02 de Fev de 2018

Empreendimentos de grande impacto não podem ser realizados na Terra Indígena Waimiri Atroari sem o consentimento prévio da comunidade. A determinação, em caráter liminar, é da justiça federal no Amazonas, que reconheceu as violações sofridas por esses indígenas durante a abertura da BR 174, na ditadura militar.

A decisão atende a uma ação do Ministério Público Federal, que pediu ainda a abertura dos arquivos militares e a reunião e sistematização de toda a documentação, no Arquivo Nacional, sobre a apuração das violações cometidas contra o povo.

A Justiça Federal também determinou que a União e a Funai assegurem a proteção dos locais sagrados para o povo. Eles serão indicados pelos próprios índios em audiência marcada para março deste ano.

O MPF aponta que ainda existem tentativas de utilização do território Waimiri Atroari sem a adoção de consulta prévia, a exemplo do projeto de construção de linha de transmissão de energia que vai de Manaus a Boa Vista. Mas a decisão a respeito dos eventos ocorridos na ditadura pode mudar a situação, como explica o coordenador do grupo de trabalho Povos Indígenas e Regime Militar, procurador Júlio Araújo:

"A decisão da ditadura é importantíssima porque ela estabelece que qualquer empreendimento de grande porte - e nós entendemos que a linha de transmissão se enquadra nisso - pra que seja realizado não depende apenas de consulta, mas também do próprio consentimento dos indígenas".

A União deve ser intimada a apresentar, em 15 dias, cópia dos arquivos que existirem no 6o Batalhão de Engenharia de Construção e no 1o Batalhão de Infantaria de Selva e que digam respeito aos fatos relativos ao período de 1967 a 1977.

http://radios.ebc.com.br/reporter-amazonia/2018/02/justica-reconhece-vi…

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