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JOVEM BORORO É MORTO NA TERRA JARUDÓRI, NO MATO GROSSO

Cimi
22 de Mar de 2007

Às dez horas da noite do último sábado, 17 de março, Helenildo Bataru Egiri, índio Bororo de 20 anos, atendeu alguns homens desconhecidos que bateram em sua porta, pedindo água. Ao entregar a água, foi morto com três tiros à queima-roupa pelos homens, que estavam num táxi.

Sua família nunca saiu da terra indígena Jarudóri, do povo Bororo, de 4.706 hectares, invadida desde os anos 1950 e sobre a qual incide uma ação civil pública desde julho de 2006. Um grupo Bororo abriu uma nova aldeia na área em junho de 2006, e desde então ameaças e tentativas de homicídio vêm acontecendo.

Histórico

A terra Jarudóri, no município de Poxoréu, MT, é registrada há mais de 50 anos, mas continua invadida por não índios. Os missionários salesianos que atuam na região vêm sofrendo pressão e ameaças, sobretudo em relação à sua atuação junto ao povo Bororo na terra Jarudóri.

Em 5 de dezembro de 2006, foi feita uma denúncia à procuradoria da República de Cuiabá, relatando as várias ameaças de morte feitas por posseiros contra o grupo da cacique Bororo Maria Aparecida Toro Ekureudo. Na madrugada de 26 de dezembro, o genro dela, João Osmar ("Gaúcho"), sofreu tentativa de homicídio e teve seu caminhão incendiado, ao sair da terra indígena. Traumatizado, foi atendido no pronto-socorro de Primavera do Leste e na Casa de Saúde do Índio de Cuiabá, antes de ser transferido para um local mais seguro.

O Ministério Público Federal requereu insistentemente abertura de inquérito, instaurado finalmente em 9 de janeiro de 2007 (no 3-004/2007). A orientação da Funai local ao delegado da Polícia Federal foi de que tal inquérito não seria da competência da PF, pois não se tratava de vítima indígena.

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