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Jirau não deve começar a operar em 2012, diz Aneel

FSP, Dinheiro, p. B11
28 de Nov de 2008

Jirau não deve começar a operar em 2012, diz Aneel
Edison Lobão pede "trégua" a ambientalistas

Humberto Medina

A hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira (RO), uma das principais obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), não deverá começar a gerar energia nos primeiros meses de 2012, como planeja o consórcio Enersus, responsável pela obra.
De acordo com o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Jérson Kelman, por causa do atraso a agência reguladora terá que fazer novo leilão, no ano que vem, para contratar termelétricas a óleo, que irão gerar a energia no lugar da que seria produzida por Jirau em 2012.
Kelman disse que isso custará R$ 400 milhões aos consumidores, além de aumentar a poluição, com consumo de 200 mil toneladas de óleo e emissão de 600 mil toneladas de gases que causam efeito estufa.
O diretor-geral da Aneel afirmou que o atraso é causado por liminar concedida pela Justiça, cassando as licenças ambientais que autorizavam o início da construção. Sem poder começar a obra, os empreendedores não podem aproveitar a chamada "janela hidrológica" -atual momento do ano em que a vazão do rio Madeira ainda está mais baixa.
A vazão aumenta com a chegada das chuvas, que já estão começando. Isso impede que se possa entrar no rio e construir "ensecadeiras" (barragens), primeiro passo na construção da usina. Se a vazão subir, é preciso esperar até o final do período de chuvas, no ano que vem, para iniciar a construção.
"A liminar impede a usina de aproveitar a janela hidrológica. É muito difícil que ela consiga produzir energia em 2012", afirmou Kelman, durante simpósio sobre infra-estrutura realizado no Senado. "A Aneel vai ter de fazer outro leilão, no ano que vem, e provavelmente uma termelétrica a óleo vai ganhar", disse. Ele informou que terão que ser gerados 1.000 MW de fonte termelétrica para compensar o atraso de Jirau. Quando pronta, Jirau terá capacidade de gerar 3.150 MW.

Trégua
O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) participou do mesmo seminário e falou logo após Kelman. O ministro, no entanto, disse acreditar que seja possível cassar a liminar a tempo e iniciar as obras, sem comprometer o início da geração de energia em 2012.
Lobão fez um apelo aos ambientalistas. "Os ecologistas devem dar uma trégua ao governo e aos brasileiros. O que é letal é falta de energia."
Victor Paranhos, presidente do Enersus, afirmou que espera que a liminar que suspende o licenciamento ambiental seja cassada até segunda-feira. Se isso acontecer, ele avalia que poderá começar a construção das ensecadeiras a tempo.

FSP, 28/11/2008, Dinheiro, p. B11

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