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Investimento na preservação da natureza ultrapassa o valor 1,5 bilhão de dólares somente em 2009

Fundação O Boticário - http://internet.boticario.com.br
15 de Nov de 2009

O pagamento por serviços ecossistêmicos e captação de recursos para a conservação foram os assuntos que dominaram o III Simpósio sobre Compra de Terras para a Conservação da Natureza, que ocorreu na última semana, na Reserva Natural Salto Morato, em Guaraqueçaba (PR), da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza. O evento reuniu participantes de 21 organizações não-governamentais e parceiros internacionais da América Central, América do Sul, África e Ásia. Todos têm a mesma opinião: essa é uma das soluções para conservação de áreas naturais no Planeta.

Entre os palestrantes do Simpósio, John Burton, CEO da WLT (World Land Trust), organização do Reino Unido, e com mais de 30 anos de experiência internacional em conservação da natureza, falou sobre captação de recursos e o fortalecimento de parcerias para ONGs que trabalham com conservação da natureza. Segundo Burton, as organizações precisam de fundos disponíveis para quando as poucas oportunidades de compra de terras aparecem. O próximo Simpósio está agendado para 2011, na África do Sul ou na Índia.

Os governos dos países estão empenhados em melhorar a situação ambiental?
Todos os países do mundo têm problemas relacionados ao meio ambiente. Muitas vezes, problemas políticos interferem diretamente nas questões ambientais, fato que não é bom. Mas, essa é uma realidade que precisa ser combatida.

Então, já que as ações governamentais são limitadas, qual a saída para conservação?
Hoje, a compra de áreas naturais por ONGs competentes tem se mostrado uma ótima alternativa para conservação. Cada vez mais, essa forma é adotada em várias partes do mundo, principalmente em países do trópico como Costa Rica, Belize, Equador, Guatemala e Brasil. Aqui, o Projeto Oásis é um ótimo exemplo para o mundo (O Projeto Oásis, desenvolvido pela Fundação O Boticário, premia financeiramente proprietários particulares de terras que conservam remanescentes de Mata Atlântica localizados na região da bacia do Guarapiranga, na Grande São Paulo). Só este ano, mais de 1,5 bilhão de dólares foi investido em preservação. Isso ainda é pouco devido à situação em que a natureza se encontra.

Além da compra de áreas, existe outra forma de conservação?
Sim. Na Europa, por exemplo, é muito comum as pessoas que possuem outras carreiras não ligadas à natureza, como médico e advogados, entregarem áreas para serem administradas e conservadas por organizações que estão preparadas para isso. Outra forma é o Leasing. É muito parecido com a compra de um carro, por exemplo. A pessoa "aluga", por um prazo estabelecido anteriormente, uma área a uma organização que irá cuidar. Ao término do período, ou o contrato é renovado ou a pessoa retoma a área. Ainda existe a doação de área, tanto por pessoal como por empresas. Infelizmente, nenhuma dessas práticas é comum em países da América do Sul.

Você acha que a exploração do turismo em área de conservação é viável ou interfere no meio ambiente?
O turismo é a principal forma de usar as áreas de conservação. Além de você conseguir recursos, já que poucas organizações têm dinheiro, existe o envolvimento das pessoas, tanto da região como de outras partes do mundo. A exploração de áreas para o turismo estrangeiro traz muito dinheiro e a divulgação e reconhecimento do local. Já o turismo local gera o envolvimento das pessoas e a educação quanto à necessidade da exploração. Avalio esse último o mais importante.

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