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Interesse em usinas surpreende estatal de Pesquisas Energeticas

OESP, Economia, p.B5
27 de Set de 2005

Interesse em usinas surpreende estatal de Pesquisas Energéticas
Maurício Tolmasquim, presidente da estatal, diz que 258 projetos foram apresentados para disputar leilão de energia
Alaor Barbosa
O número de empresas interessadas em construir usinas de energia elétrica no Brasil surpreendeu até o presidente da Empresas de Pesquisa Energética (EPE), estatal responsável pelo planejamento de longo prazo do setor, Maurício Tolmasquim. Segundo ele, a EPE recebeu 258 projetos para instalar novas usinas no País, com capacidade instalada de 63.378 MW. O objetivo desses projetos é disputar o leilão de energia nova em dezembro. Atualmente, a capacidade instalada do País é de 83.469 MW. Se todos os projetos fossem instalados, haveria um aumento de 75% em relação à capacidade atual.
Tolmasquim admite que muitos desses projetos jamais sairão do papel, seja por falta de viabilidade econômico-financeira ou por problemas ambientais. "Mas é um conforto constatar que há tantos projetos de geração no Brasil", resumiu o executivo. Esses projetos passarão por um pente-fino até o fim do ano e apenas "uma pequena fração" participará do leilão. Ele não quis informar quanto o governo vai comprar de energia elétrica, mas técnicos do setor estimam que deverá ser entre 3.500 MW e 4.500 MW de potência, em sua grande maioria de hidrelétricas.
Conforme dados divulgados por Tolmasquim, entre os 258 projetos inscritos na EPE há 44 hidrelétricas, com potência de 14.781 MW, das quais 17 são "nova nova" (2.755 MW de potência) e 17 do tipo botox, ou seja, usinas já licitadas e ainda sem contratos de longo prazo (12.025 MW); 23 PCHs com potência de 404 MW; 24 térmicas de biomassa (849 MW); 23 a gás natural (10.626 MW); 5 a carvão (3.220 MW), 76 a óleo diesel (16.541 MW), 62 a óleo combustível (16.386 MW) e um projeto de importação da Bolívia de 170 MW, movida a gás natural. A Petrobrás, ainda segundo Tolmasquim, foi um dos grupos com a maior quantidade de projetos, especialmente entre usinas que combinam óleo diesel com óleo combustível.
Além desses projetos, o governo está trabalhando para licitar os dois megacomplexos energéticos no Norte do País, que são os do Rio Madeira e a Usina Belo Monte já em 2006. Tolmasquim disse que as duas usinas estão em processo de licenciamento ambiental e ele acredita que o processo poderá ser concluído "nos próximos meses", somando cerca de 7.000 MW de potência no Rio Madeira e 5.500 no projeto Belo Monte, no Rio Xingu.
Tolmasquim garantiu que os dois projetos serão licitados e "ganhará quem fizer a melhor oferta". Segundo ele, o fato de as estatais Furnas Centrais Elétricas e Eletronorte estarem licenciando os projetos não dá vantagens a essas empresas. "Será um processo competitivo como todos os outros", garantiu.

OESP, 27/09/2005, p. B5

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