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Iniciativas comunitárias beneficiam aldeias no Xingu

Valor Econômico, Especial Energias Renováveis, p. F5.
28 de Jun de 2023

Iniciativas comunitárias beneficiam aldeias no Xingu
Ao menos 105 comunidades indígenas contam com sistemas fotovoltaicos comunitários, instalados pelo Instituto Socioambiental

Carin Petti

28/06/2023

Siraem Kaiabi Ikpeng vive no Território Indígena do Xingu, no Mato Grosso. Juventino Costa mora em uma das oito ilhas do arquipélago do Bailique, no rio Amazonas, no Amapá. Em comum, ambos não têm acesso ao Sistema Nacional de Energia Elétrica. Para enfrentar a situação, no Xingu, pelo menos 105 aldeias contam com sistemas fotovoltaicos comunitários, instalados pelo Instituto Socioambiental (ISA), em projeto iniciado em 2015, com a doação de US$ 1 milhão da fundação americana Charles Stewart Mott.

No Amapá, a infraestrutura comunitária é mais tímida: quatro freezers movidos a energia solar compartilhados pela população para obtenção de gelo, em projeto-piloto do Greenpeace.

Nos locais, além das iniciativas comunitárias, equipamentos fotovoltaicos particulares são comuns, mas muitas vezes suficientes só para iluminação, TV e carregamento de celular. No Xingu, parte desses sistemas é instalada por Ikpeng - um dos 138 indígenas treinados pelo programa do ISA, em parceria com Schneider Electric e Universidade de São Paulo (USP).

Foi ele também quem instalou a estrutura comunitária de energia solar em sua aldeia, Kumari, com 30 moradores, no Xingu Central. "Até 2016, só tínhamos a energia do gerador por algumas horas. Se alguém ficava doente tarde da noite, não dava para atender", diz.

"A energia solar melhorou a logística vacinal, já que agora dá para ter freezers para o gelo utilizado no transporte das vacinas", afirma Marcelo Martins, articulador territorial do ISA.

No Bailique, os freezers são compartilhados por moradores para uso doméstico e transporte de alimentos. A iniciativa nasceu em 2019 de um projeto do Greenpeace para geração de renda na região, com investimento em R$ 120 mil. "Com o gelo, os moradores podem levar peixes e polpa de açaí para vender em comunidades maiores", diz Marcelo Laterman, coordenador da campanha de oceanos e energia do Greenpeace.

Valor Econômico, 28/06/2023, Especial Energias Renováveis, p. F5.

https://valor.globo.com/publicacoes/especiais/energias-renovaveis/notic…

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