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Industria e meio ambiente

GM, Opiniao, p.A3
Autor: SKAF, Paulo
21 de Fev de 2005

Indústria e meio ambiente
As empresas precisaram adaptar-se à produção limpa
Paulo Skaf
Passou um tanto despercebida, no recente Fórum Mundial, em Davos, Suíça, a informação de que o Brasil é o 11 país que mais respeita o meio ambiente, atrás de nações como Finlândia, Noruega e Uruguai, mas à frente de Estados Unidos, Alemanha, França, Portugal, Holanda e Reino Unido. O ranking expressa a consciência dos setores produtivos e o sucesso de algumas políticas públicas, nem sempre reconhecidas. A posição do Brasil é coerente com sua postura nos fóruns e tratados internacionais. Signatário do Protocolo de Kyoto, que entrou em vigor no dia 16 de fevereiro último, o País também foi um dos precursores na implementação das metas do Protocolo de Montreal, firmado há 17 anos, para reduzir a emissão de substâncias destruidoras da camada de ozônio. A Nação ainda enfrenta desafios ambientais, principalmente no tocante ao desmatamento da Amazônia, que avança ao ritmo de 1,7 milhão de hectares/ano, conforme alerta o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Por outro lado, no setor da indústria, o potencial da emissão de poluentes e o consumo de água, minerais e outros recursos naturais, bem como de energia, tornam imprescindível a gestão ambiental. Felizmente, o Brasil avança: dentre os países em desenvolvimento, é o que apresenta o maior número de empresas certificadas pela norma ISO 14001, referente à questão. O dado torna mais fácil compreender o porquê da importância da indústria na difusão da consciência ecológica no universo produtivo. As empresas do setor, preocupadas com a preservação em seu entorno e interessadas em competir no mercado externo, precisaram adaptar-se à produção limpa. Esse movimento gerou efeito em cascata, pois passaram a exigir cada vez mais o certificado de gestão ambiental de seus fornecedores. No entanto, é preciso mais. Por isso, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) fez questão de lançar em sua sede a nova versão da norma NBR ISO14001: 2004 sobre Sistema de Gestão Ambiental, já disponibilizada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A meta é contribuir para a difusão da importância desse processo de normatização. Os investimentos são compensados em curto prazo por economia de água e energia elétrica e uso mais equilibrado de matéria-prima, além do valor agregado da responsabilidade social. A Fiesp coopera na realização do trabalho e é responsável pelo subcomitê 07 da ABNT, que dirigiu elaboração da versão brasileira do relatório técnico da ISO sobre Ecodesign. A entidade, por meio do Departamento de Meio Ambiente, intensifica seu trabalho nessa área. Especialistas acompanham e desenvolvem ações na gestão e licenciamento ambiental, prevenção e controle da poluição, recursos hídricos e resíduos industriais. Todo empenho deve ser feito para que a indústria avance sempre na prática ecológica, atendendo às exigências da cidadania, dos mercados interno e externo e difundindo a consciência de que o homem é parte e não senhor da natureza. Paulo Skaf - Presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas-SP (Sebrae-SP)
GM, 21/02/2005, p.A3

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