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22 de Out de 2010
"Vai ser melhor. Nossa educação, agora, será construída conforme as nossas demandas e culturas". A declaração do índio Notire Xikrin expressa a esperança de dias melhores para o ensino público nas aldeias. Ele é um líder na plenária que discute a criação dos territórios etnoeducacionais no estado do Pará. O encontro começou sexta-feira (22) e termina neste domingo (24), no Parque dos Igarapés, em Belém.
Pelo menos 200 indígenas estão na capital paraense debatendo o assunto. A coordenadora de Educação Indígena do Pará, Puyr Tembé, informou que a meta é criar seis territórios no estado: Tumucumaque, povos de Santarém, Tembé, regional de Marabá, Altamira e o povo Mundurucus. Promovida pelo Ministério da Educação (MEC), em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), o encontro conta com a participação de cerca de 20 povos indígenas.
No sábado (23), os índios assinarão o Plano de Ação da Pactuação dos Territórios. Com o plano, o movimento indígena cumpre a última etapa do processo de criação dos territórios. O coordenador de Educação Indígena do MEC, Gersen Baniwã, considerou que a assinatura do plano de ação faz parte da articulação que une diferentes forças "para a construção coletiva de uma política educacional que tanto queremos".
Em todo o Brasil, serão criados 18 territórios etnoeducacionais. Os territórios compreendem as terras indígenas, ocupadas por povos que possuem relações, que são frutos de raízes sociais e históricas, políticas e econômicas, filiações linguísticas, valores e práticas culturais compartilhados.
Depois de constituído, cada território construirá um plano de ação para a educação escolar indígena. Com isso, as políticas de educação escolar indígena passam a ser destinadas aos povos indígenas de acordo com a sua territorialidade, e não mais por unidades da federação.
Secom - com informações da Ascom/Seduc
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