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Indios fazem novos refens na Funasa de MS

OESP, Nacional, p.A6
03 de Abr de 2004

Índios fazem novos reféns na Funasa de MS Mulheres e idosos foram liberados na 5.ª-feira, mas quem chegou para trabalhar ontem foi detido
JOÃO NAVES DE OLIVEIRA Especial para o Estado
CAMPO GRANDE - Pelo menos 120 índios de 6 etnias fizeram novos reféns ontem na sede da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Campo Grande.
Na véspera eles já tinham invadido o prédio e feito 20 funcionários reféns, mas libertaram mulheres e idosos, mantendo detidos apenas cinco homens.
No entanto, quem chegou para trabalhar ontem acabou ficando em poder dos manifestantes. São 30 pessoas, entre elas o coordenador regional, Gaspar Francisco Hickmann. A ordem dos índios é deixar quem quiser entrar, mas ninguém sai.
Eles continuam pintados para guerra, guardando a entrada principal em grupos desarmados. Querem o pagamento dos salários de 350 médicos, enfermeiros e outros profissionais que cuidam da saúde indígena em Mato Grosso do Sul, atrasados em dois meses.
Também reivindicam melhorias no atendimento médico-hospitalar e mais verba, pois o Conselho Distrital Indígena formulou um pedido de R$ 12,7 milhões e foi teve destinados apenas R$ 9,6 milhões.
O diretor nacional do Distrito Sanitário Indígena (DSI), Ricardo Chagas, está tentando contornar a situação, mas até o início da noite ainda não haviam chegado a um acordo. Os 70 caciques que negociam com a Funasa, afirmam que permanecerão no local até que todas as reivindicações sejam atendidas. Eles passaram o dia preparando um documento que foi entregue a Chagas e discutindo estratégias, no caso de não serem bem-sucedidos, O documento foi assinados por caciques das nações caiová, ofaié-xavante, cadiveo, quiniquinaua e guatós.
O setor médico exclusivo para indígenas tem convênio com a Funasa e atende a todas as aldeias, num total superior a 50 mil índios. Existem 48 casos de tuberculose, 30 de leishmaniose e doença de chagas sem tratamento por causa da verba, conforme informações do DSI.

OESP, 03/04/2004, p. A6

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