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27 de Abr de 2010
Há pouco mais de duas décadas, o professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Adalberto Barreto, plantou ideias debaixo de um cajueiro da rua Profeta Isaías, dentro da segunda maior favela brasileira, o Pirambu. Reunido com alunos de medicina e pessoas vítimas de conflito, o médico antropólogo fez a seguinte proposta: nós tentamos curar vocês do sofrimento psíquico, vocês tentam nos curar da alienação universitária. Criador da terapia comunitária, o professor idealizou a Comunidade Quatro Varas, onde hoje 12 mil moradores do bairro constroem soluções para a saúde preventiva da região.
Na manhã de ontem, representantes de 11 etnias indígenas brasileiras estiveram reunidos na Oca de Saúde Comunitária, dentro da sede do projeto, para a aula inaugural do curso de Formação de Lideranças Indígenas em terapia comunitária, massoterapia e técnicas de resgate da autoestima indígena.
Em parceria com a Fundação Nacional Indígena (Funai), o projeto de extensão da UFC exportará a terapia comunitária para prevenir o uso abusivo de álcool e de entorpecentes em aldeias indígenas. ``Este é apenas o projeto piloto, pretendemos dar continuidade ao trabalho com outras etnias``, diz o presidente da Funai, o general Paulo Roberto Uchôa.
``A terapia comunitária é um território público e plural, onde todos os atores sociais são chamados a agir como protagonistas``, define Adalberto Barreto. Sessões de terapia são realizadas na comunidade, os problemas pessoais são apresentados e, através da discussão entre todos os presentes, o grupo debate soluções possíveis para o conflito.
A perspectiva é reduzir a demanda por tratamentos formais de saúde, cuidando da prevenção através da vivência comunitária.
A aula inaugural de ontem abriu o primeiro módulo do curso, que continuará por essa semana até domingo, 2, na praia do Morro Branco. Para saber mais sobre o Projeto Quatro varas, pode-se acessar o site www.4varas.com.br e www.abratecom.org.br.
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