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17 de Mai de 2016
Indígenas de seis etnias ocuparam a sede da prefeitura do município de Manaquiri (a 60 quilômetros da capital), no Amazonas. A manifestação é pacífica e começou no início na manhã desta terça-feira (17). Os indígenas reivindicam o pagamento de salários atrasados a professores de 11 comunidades. De acordo com eles, desde 2015 os docentes estão sem receber. O secretário municipal de administração, Luiz Neves, afirma que a situação será regularizada até quarta-feira (18).
Segundo informações do Comando de Policiamento do Interior (CPI), os professores foram convidados a ficarem dentro do auditório da Prefeitura e esperar pelo prefeito. A situação transcorreu sem problemas acompanhada por 15 policiais militares e se encerrou por volta das 16h.
A moradora do município de Manaquiri, Aline Santana, é uma das apoiadoras dos indígenas e está acompanhando a manifestação. Ela se identifica como ex-professora e ex-servidora da prefeitura e diz que a situação da educação indígena no município é precária. "Os salários de todos os servidores estão atrasados desde o ano passado. Do professor até o barqueiro, todos os salários estão atrasados", aponta. Aline afirma ainda que o prefeito, Guina Pureza (PRTB), e os secretários não estão no município.
"Nós queremos chamar a atenção das autoridades, como o Ministério Público Federal, para a situação da educação indígena em Manaquiri. A situação está precária e ninguém faz nada. O prefeito e os secretários nunca estão aqui. Os vereadores também não nos ajudam a resolver nada", reclama.
Aline também diz que em todas as comunidades indígenas do município, Guaraçu, Arajaí, Cajauá, Andorinha, Nova Esperança, Itaboca, Pirarara, Vista Alegre, Fortaleza, Aldeia Paiol e Comunidade Alto Manaquiri, as escolas estão em condições precárias. "Em quatro destas comunidades, as escolas foram construídas com recursos dos próprios moradores", alega.
Resposta oficial
O secretário de administração, Luiz Neves, negou o atraso no pagamento dos servidores. "O salário deles está atrasado, mas não tanto assim. Só uns oito a dez dias, e por razões de documentação. Não é culpa nossa", disse. De acordo com Neves, o atraso se deve a demora na devolução de documentos que foram enviados às comunidades para regularização dos professores enquanto servidores comissionados do município.
"Esses professores se tornaram servidores comissionados a pouco tempo. Antes eles eram indicados de uma outra empresa, pois os indígenas escolhem vai trabalhar nas comunidades", explicou. Ainda de acordo com Neves, Manaquiri possui 40 servidores atuando nas comunidades indígenas. Eles custam ao município cerca de R$ 40 mil líquidos.
O secretário também diz que a motivação da manifestação é política e não tem nada a ver com a educação. Neves confirmou que ele e parte dos gestores de Manaquiri estão fora da cidade cumprindo agenda em Manaus. "Estamos participando de uma programação do Governo do Estado, o censo escolar 2016, em uma escola pública no bairro Dom Pedro. Por isso não estamos lá, mas amanhã vamos interromper a programação e voltar a Manaquiri para nos reunirmos às 10h com os manifestantes", garantiu.
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