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Indígenas discutem alternativas econômicas

A Crítica-Manaus-AM
08 de Ago de 2001

Nascido da reivindicação das organizações indígenas junto ao governo brasileiro, o seminário de lançamento do Projeto Demonstrativo dos Povos Indígenas (PDPI) reuniu ontem lideranças indígenas, técnicos do Ministério do Meio Ambiente e representantes das agências financiadoras do Programa Piloto de Proteção das Florestas tropicais do Brasil (PPG-07).
Durante quatro dias as instituições irão planejar e detalhar a execução do PDPI. O evento se estende até o próximo dia 10, na Casa de Retiro Monsenhor Giordano, no São José, Zona Leste. O seminário marca o início da execução do projeto, que tem como objetivo apoiar alternativas econômicas das comunidades indígenas. A fase preparatória do PDPI transcorreu no ano passado quando 16 oficinas foram realizadas em diversas regiões da Amazônia Legal.
O coordenador geral da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Euclides Pereira, disse estar satisfeito com esta primeira experiência de discussão de projetos, onde a visão do índio é respeitada. É a primeira vez que dão possibilidade de nós, indígenas, discutirmos um projeto, desde sua fase preparatória até a implantação, comentou, acrescentando que este seminário marca uma mudança significativa de relação de igualdade. Trata-se de um rompimento da lei brasileira que considerava o índio um ser relativamente incapaz.
O PDPI é visto pela Coiab e demais organizações indígenas como um passo inicial na implementação de uma política de desenvolvimento sustentável das terras indígenas, que possibilite proteção das terras indígenas contra invasões e depredação ambiental, promovendo melhoria da qualidade de vida das comunidades. O assessor técnico dos Projetos Demonstrativos (PDA), Ricardo Verdum, explicou que até então os projetos eram financiados pelo PDA. Foram gastos mais de US$ 22 milhões com 188 projetos na Amazônia Legal e Mata Atlântica, sendo US$ 2 milhões somente com os povos indígenas.
Mas em 1997 iniciaram as reivindicações para que eles tivessem um projeto deles. Foi apresentada uma proposta de um programa específico e fizemos uma série de estudos. Depois, completa, as lideranças pediram para que o projeto fosse implantado aqui e que os próprios indígenas estivessem na direção. Depois de uma reunião onde foram consensualizados os critérios do programa, instituímos o PDPI. Foi apresentado o programa para os alemães, que se interessaram e financiaram o projeto.
Os trabalhos estavam na fase de pré-implementação com as 16 oficinas de capacitação dos índios, mapeamento das 357 organizações indígenas, banco de dados e outras ações. As propostas de projetos começam a ser aceitas em outubro e no início do ano deveremos ter projetos financiados pelo PDPI.

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