Século Diário - seculodiario.com.br
Autor: Elaine Dal Gobbo
05 de Dez de 2022
Time realiza campanha de doação para garantir o transporte e a hospedagem. A final será em Miracatu, São Paulo
Além da expectativa de o Brasil ganhar o hexa, o Espírito Santo também está na torcida pela equipe masculina de futebol Três Palmeiras, que disputa a final da Super Liga Guarani Rio São Paulo 2022, neste sábado (10), na cidade paulista de Miracatu. Jovens indígenas entre 18 e 29 anos, residentes nas aldeias Três Palmeiras e Boa Esperança, em Aracruz, norte do Estado, entrarão em campo contra indígenas da cidade de Campos, no estado de São Paulo.
Esta é a segunda edição do campeonato, que reúne equipes masculina e feminina, totalizando 32 cada. A premiação para os vencedores é medalha. Na edição deste ano, indígenas do Espírito Santo e de Santa Catarina foram convidados para a disputa. Um dos organizadores do time, Lino Silva, informa que no próximo ano, o Espírito Santo fará parte da Liga, passando assim a ter participação garantida nas próximas edições do campeonato.
Os treinos, segundo o técnico do time, Ernesto da Silva, foram no campo Polivalente, na sede de Aracruz, pois as aldeias não têm campo de futebol. "É a primeira vez que a gente participa da Liga. Estamos felizes de poder mostrar que o Espírito Santo tem Guaranis com talento para o futebol", diz Ernesto. Para Lino, a Super, além de uma possibilidade de diversão, é um intercâmbio com outros Guaranis.
O time, que existe há 40 anos, conta com 16 jogadores, sendo três Tupinikins e 13 Guaranis. As partidas começaram no início deste ano. Para auxiliar na ida da equipe para a final, é realizada uma campanha de arrecadação para custear a passagem e hospedagem. As doações podem ser realizadas pelo Pix 181.836.987-78 (CPF), em nome de Lino Silva. O comprovante deve ser enviado para (27) 99849-6490, por WhatsApp.
Jogos Indígenas
Além do final da Super Liga Guarani Rio São Paulo 2022, indígenas de Aracruz também se preparam para os Jogos dos Povos Indígenas do Espírito Santo, cuja previsão de realização é em janeiro. Os Jogos aconteceriam de 25 a 27 de novembro, mas foram cancelados em decorrência dos ataques no Centro Educacional Praia de Coqueiral (antigo Darwin) e na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Primo Bitti, ambas em Aracruz.
Será a segunda edição do evento, que tem como objetivo fortalecer a identidade dos indígenas do Estado; preservar sua cultura, transmitindo-a para os mais jovens; fazer resgate da memória das aldeias de Aracruz; e denunciar o desrespeito aos povos indígenas, principalmente as consequências do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais, crime ocorrido em 2015.
Além dos Jogos, a programação prevê apresentações culturais, danças e cantos tradicionais, rodas de conversa, feira de artesanato e exposição fotográfica do jornalista, fotógrafo e fundador do Século Diário, Rogério Medeiros. As modalidades esportivas serão Arco e Flecha, Bodoque, Zarabatana, Arremesso de Lança, Luta Corporal, Corrida com Tora, Corrida Livre e Cabo de Guerra, cuja escolha teve como um dos critérios o fato de serem atividades desenvolvidas no passado, resgatando a memória da cultura local.
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