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Imazon lança 2º boletim sobre desmatamento no Pará

O ECO
Autor: Andreia Fanzeres
03 de Dez de 2007

Nesta segunda-feira (03), o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou seu segundo boletim sobre desmatamento no estado do Pará, de acordo com os registros do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD). O primeiro deles analisou o desmatamento ocorrido em agosto de 2007, o que permitiu aos pesquisadores concluir que, entre aquele mês e outubro, 765 quilômetros quadrados de florestas foram para o chão. Isso significa um discreto aumento de 4% em relação aos mesmos meses do ano passado. Só em setembro, foram 468 quilômetros quadrados derrubados, e em outubro mais 102 quilômetros quadrados.

No mês de setembro, o que preocupou foi a taxa de desmatamento dentro de áreas protegidas no Pará. Ela chegou a 18,4% do total nas unidades de conservação e 2,4% nas terras indígenas, com destaque para os territórios mais afetados: Apyterewa e Mankaragnoti. Entre as unidades de conservação, a Área de Proteção Ambiental estadual Triunfo do Xingu foi a que mais perdeu florestas, com menos 72 quilômetros quadrados, seguida pela Floresta Nacional de Jamanxim, área federal, que teve subtraídos 5,1 quilômetros quadrados. A diferença entre a primeira e a segunda é gritante. Em números absolutos, foram 97,8 quilômetros quadrados derrubados ilegalmente nas áreas protegidas paraenses. Os assentamentos de reforma agrária foram responsáveis por 5,5% de todo desmatamento registrado naquele mês, sendo que as áreas que mais contribuíram com desmatamento no Pará foram Terra Nossa e Esperança, curiosamente dois dos "Projetos de Desenvolvimento Sustentável" que o Incra cria sob o pretexto de já nascerem respeitando o meio ambiente.

Assim como no mês anterior, em outubro a maior parte das derrubadas seguiram o padrão de ocorrerem dentro de áreas privadas, ou em algum estágio de posse. Mas a contribuição dos assentamentos cresceu para 11,3% do total, enquanto os desmatamentos ilegais dentro de unidades de conservação diminuíram para apenas 2,7% de todo restante. Mesmo assim, a Floresta Nacional de Jamanxim não conseguiu abandonar o ranking entre as unidades de conservação mais desmatadas, e teve registrados 2,2 quilômetros quadrados, dos 2,8 quilômetros quadrados derrubados nesta categoria. O SAD não detectou nenhuma derrubada dentro de terras indígenas em outubro no Pará.

Entre os municípios que mais desmataram em setembro, os pesquisadores destacam o desempenho de São Felix do Xingu, Cumaru do Norte e Altamira, seguida por Marabá e Novo Progresso. No mês seguinte, Cumaru do Norte pulou para a primeira posição, São Felix do Xingu caiu para a segunda e Santana do Araguaia apareceu em terceiro lugar.

Desempenho anterior
A exemplo do que acontece para Mato Grosso desde 2006, o Imazon começou a divulgar boletins sobre desmatamento no estado do Pará a partir do segundo semestre deste ano. Com imagens fornecidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os pesquisadores concluíram que em agosto de 2007 naquele mês o estado derrubou 19 mil hectares de florestas, o que significou uma redução de 54% em sua taxa de desmatamento se comparada ao mesmo período anterior.

Apesar de um pouco animadores, esses dados revelam que a taxa de ilegalidade nos desmatamentos do Pará ainda é alta. As queimadas também preocuparam, pois aumentaram em 15% em relação a agosto de 2006. Como era esperado, a maior parte do desmatamento naquele mês ocorreu nas áreas mais próximas ao eixo da rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém), afetando áreas protegidas na região. A contribuição do desmate dentro de assentamentos de reforma agrária foi de 3% somente.

No acumulado de agosto de 2006 até julho de 2007, o SAD detectou 172 mil hectares de florestas derrubados no Pará, sendo 73% dele em áreas privadas ou em algum estágio de posse. O desmatamento em unidades de conservação foi considerado alto, atingindo 21% do total. Terras indígenas e assentamentos de reforma agrária contribuíram com 3% do desmate, em cada categoria.

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