Instituto Estadual de Florestas do Amapá - http://www.ief.ap.gov.br
15 de Out de 2014
O evento colocou na mesa do debate órgãos, instituições e a sociedade civil sobre a situação da reforma agrária no país, proposta de desenvolvimento e meio ambiente, tendo como base, ações para o Estado do Amapá.
Durante o II Simpósio Amazônico sobre Reforma Agrária, Desenvolvimento e Meio Ambiente (SARADAM), promovido pelo curso de geografia da Universidade Federal do Amapá (Unifap), o Instituto Estadual de Florestas(IEF) apresentou as principais políticas florestais que estão sendo implantadas no Amapá nos últimos anos, dando ênfase a elaboração do plano de manejo da Floresta Estadual do Amapá (Flota), concluído no início deste ano, e no processo de concessões florestais.
O evento colocou na mesa do debate órgãos, instituições e a sociedade civil sobre a situação da reforma agrária no país, proposta de desenvolvimento e meio ambiente, tendo como base, ações para o Estado do Amapá.
Ana Euler, diretora- presidente do IEF, apresentou o trabalho realizado para a conclusão do plano de manejo da Flota, zonas distinguidas e políticas florestais executadas e ainda necessárias para o fortalecimento da Unidade de Conservação, como, por exemplo, a ação definitiva das demarcações fundiárias em algumas zonas. A diretora expôs dados estatísticos de ocupação dentro da Floresta Estadual e discutiu sobre as lutas de defesa da floresta que devem ser assumidas pelos acadêmicos. "O IEF, os ambientalistas e a universidade devem estar juntos para fortalecer e proteger nossas Unidades de Conservação, questionando qualquer ação que contrarie esse objetivo", disse.
Participaram ainda da mesa de debate, Pedro Ramos, representante do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e Osmarino Amâncio, líder seringueiro conhecido pelo trabalho no Estado do Acre e pela parceria de luta com Chico Mendes.
O líder seringueiro contou a história da ocupação do Acre por imigrantes nordestinos e destacou pontos históricos da luta ambiental no Estado, uma história vivida ao lado do ambientalista Chico Mendes. "Precisamos contar essa história pra que nem ela, nem a nossa luta se percam", explicou Osmarino.
O SARADAM realiza-se a cada 2 anos desde o ano 2012, reunindo estudantes de graduação, pós-graduação, professores da educação básica e superior, pesquisadores, quilombolas, sindicalistas, e movimentos sociais do campo de toda região amazônica e do Brasil para debater os cenários, a situação e conflitos apresentados no campo brasileiro, com reflexos na realidade Amapaense. O Simpósio permitiu ainda que a sociedade civil tenha espaço para a análise da conjuntura econômica e social, destacando as iniciativas das entidades envolvidas com as temáticas: órgãos governamentais, universidade e movimento sociais.
Durante o debate foram formuladas discussões e exposições com esforço de colocar as temáticas que envolvem as questões do campo e da floresta no lugar de destaque.
Ana Euler expôs a realidade de conflitos fundiários dados pela burocracia que gira em torno das transferências de terra para o domínio do Amapá e defendeu que as políticas florestais para manter a floresta devem ser exaltadas: "Nós queremos a floresta em pé e sabemos que isso será possível com o sistema de concessões florestais, gerido pela Lei de Gestão de Florestas Públicas. Isso vai garantir que a Floresta permaneça, seja produtiva, e mantenha em seu interior, com o devido reconhecimento, as populações tradicionais que nela residam", concluiu.
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