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Ibama diz que tem dúvidas sobre usinas em RO

FSP, Brasil, p. A5
04 de Mai de 2007

Ibama diz que tem dúvidas sobre usinas em RO

Marta Salomon
Da sucursal de Brasília

Na véspera da assembléia que votará a proposta de greve no Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), seu novo presidente interino, Bazileu Alves, disse que a equipe aguarda novos esclarecimentos para se manifestar sobre o licenciamento ambiental das usinas hidrelétricas do rio Madeira, em Rondônia.
"Assim que a equipe elucidar as dúvidas e tiver segurança, vai se manifestar", afirmou Alves. O Ibama enviou ontem uma lista de pendências ao consórcio Furnas e Odebrecht, responsável pelos estudos de impacto ambiental das usinas de Santo Antonio e Jirau. Segundo Bazileu, não há prazo para uma palavra final do Ibama.
No final de março, o instituto recusou a concessão de licença ambiental prévia às usinas do Madeira. Parecer técnico indicou dúvidas em relação à sobrevivência de peixes e ao acúmulo de sedimentos no rio.
De acordo com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), as usinas de Santo Antonio e Jirau devem gerar, juntas, 6.450 MW de energia a partir de 2012. O atraso no cronograma original provocou pressões a Marina dentro do governo e, segundo o Ministério de Minas e Energia, pode impor a geração de energia mais poluente como forma de evitar crise no abastecimento.
O presidente interino do Ibama adiantou que as informações encaminhadas na semana passada pelo Ministério de Minas e Energia não foram consideradas suficientes para liberar o empreendimento.
Chefe-de-gabinete da ministra Marina Silva (Meio Ambiente), Bazileu Alves foi nomeado ontem para o comando do Ibama por um período de transição de 90 dias. Esse é o prazo estimado para a separação do recém-criado Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, que vau cuidar das unidades de conservação ambiental.
A divisão do Ibama é criticada por funcionários, que ameaçam entrar em greve hoje. Ontem, grupos de servidores fizeram protestos em Brasília e gritavam: "Fora Marina".
Em entrevista, a ministra Marina Silva afirmou que está aberta ao diálogo com os funcionários, mas disse que o governo não vai recuar na proposta de criação do Instituto Chico Mendes. "Temos 60 milhões de hectares de unidades de conservação. É uma área maior do que a França. Não se pode cuidar de tudo isso com apenas uma diretoria [do Ibama]", insistiu a ministra.
Marina indicou João Paulo Capobianco, secretário-executivo do ministério, para comandar o Instituto Chico Mendes, também em caráter interino. Ao anunciar os nomes dos presidentes interinos do Ibama e do Instituto Chico Mendes, a ministra Marina Silva afirmou ter carta branca de Lula para montar equipe e defendeu o arranjo da transição: "Nada do que está sendo feito aqui é improvisado", disse.

FSP, 04/05/2007, Brasil, p. A5

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