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Holanda doará US$ 5,2 mi para o Brasil promover negocios sustentáveis na Amazônia

Gazeta Mercantil- AM
Autor: Marcia Valeria
07 de Jun de 2001

O projeto ´Negócios para uma Amazônia Sustentável´ foi lançado ontem à noite no Rio de Janeiro e pretende apoiar atividades comunitárias, desenvolvidas em parceria com a iniciativa privada, que gerem renda e emprego nos municípios amazônicos. O Rio foi escolhido para o lançamento das atividades com a proposta de estimular o empresariado brasileiro investir na região.O projeto está inserido no Programa Piloto de Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG-7) e será desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), por meio da Secretaria de Coordenação da Amazônia.Para estimular os negócios, o governo federal está lançando um catálogo no qual estabelece o conceito de desenvolvimento sustentável e apresenta algumas experiências representativas em curso na região. Entre estas a madeira certificada, a linha de cosméticos Natura Ekos, o pneu Xapuri da Pirelli, batons com pigmentos de urucum da Aveda, cestarias Yanomami e Baniwa, mel dos índios do Xingu e o couro vegetal Treetap. Matérias-primas da floresta amazônica, como óleos essenciais, plantas medicinais, corantes, resinas, fibras, frutas e madeira também serão apresentadas.O coordenador do Projeto, Mauro Pires, afirma que a Amazônia tornou-se uma marca com grande potencial no mercado mundial e a valorização econômica da floresta pode impedir sua destruição. ´Divulgando experiências bem sucedidas e propiciando apoio técnico para empreendimentos, queremos estimular o setor empresarial a investir em oportunidades de negócios sustentáveis na Amazônia´, informa.Segundo ele, o projeto deverá ser um espaço facilitador de parcerias para que boas idéias possam se transformar em bons produtos e bons negócios. Para isto, serão investidos recursos em pesquisa e desenvolvimento, marketing, treinamento gerencial e certificação.A floresta amazônica, observa, é uma grande fonte de matéria-prima e de conhecimento tradicional associado. Para garantir a sobrevivência dessas culturas e da floresta é necessário encontrar alternativas econômicas sustentáveis calcadas em uma nova relação de parceria entre o setor privado, a sociedade civil e o Estado. E o momento atual não poderia ser mais favorável para que isso aconteça. Segundo Pires, observa-se o crescimento do interesse das empresas privadas por oportunidades de negócios associadas à preservação do meio ambiente e à promoção de comunidades tradicionais.Uma das mais recentes experiências neste sentido, informa, é o da indústria de cosméticos Natura que criou linha Ekos com matérias-primas provenientes da floresta adquiridas das comunidades da Amazônia pela Cognis, especializada em beneficiamento de óleos essenciais. ´Os negócios da empresa cresceram com esses produtos, que foram bem aceitos pelos consumidores´, cita.Para ele, isso mostra a relevância em aprofundar a relação entre iniciativas comunitárias, micro e pequenas empresas, setor privado inserido nos mercados finais, fontes de recursos financeiros e tecnológicos, para criar uma atmosfera de negócios sustentáveis, capazes de estimular a consolidação dos elos da cadeia produtiva.Pires afirma, que faltava no Brasil um instrumento que estimulasse os negócios nessa área. O projeto ´Negócios para uma Amazônia Sustentável´ foi concebido pelo Programa Piloto para ser esse instrumento e promover a formação de negócios financeiramente viáveis, socialmente justos e baseados no uso sustentável dos recursos naturais da floresta.O Projeto beneficiará diretamente as organizações comunitárias, micro e pequenas empresas e organizações não-governamentais da Amazônia, o setor privado e o sistema bancário público e privado interessados na produção agroextrativista e agroflorestal. Serão privilegiados, a princípio, 30 negócios de maior potencial, que receberão assistência técnica e financeira.Está previsto também o fortalecimento de cinco cadeias produtivas que contribuam significativamente para a conservação da floresta. Essas receberão apoio à formação de redes, estudos de mercado, cooperação, informação, intercâmbios, capacitação, promoção de marketing e feiras, aperfeiçoamento de tecnologia. Serão privilegiados as cadeias de castanha, borracha, polpas de frutas (açaí, cupuaçu), frutas tropicais, palmitos, extratos (guaraná, urucum), fibras, óleos vegetais e artesanato.O Projeto contará com recursos financeiros de cooperação com o Reino dos Países Baixos, US$ 3,8 milhões; do Fundo Fiduciário para as Florestas Tropicais administrado pelo Banco Mundial, US$1 milhão; e a contrapartida do Governo Brasileiro de US$ 400 mil.

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