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Guia traz manejo de espécies exóticas e invasoras em UCs

ICMBio - http://www.icmbio.gov.br/
Autor: ICMBio
05 de Abr de 2019

Guia traz manejo de espécies exóticas e invasoras em UCs
05 de Abril de 2019, 11h43

Dados do ICMBio apontam que há 164 espécies exóticas invasoras em 158 UCs federais, sendo as mais invadidas as do bioma Mata Atlântica e Cerrado.

Estudos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) apontam que 48% das UCs federais possuem alguma espécie da fauna exótica. Atualmente, há 164 espécies exóticas invasoras em 158 UCs federais, sendo as mais invadidas as do bioma Mata Atlântica e Cerrado. São animais como cães, gatos, roedores, javalis, búfalos e peixe-leão e certos tipos de plantas herbáceas, bambus, gramíneas e palmeiras, que podem parecer simples, inofensivos e em muitos casos até fofos, mas também podem trazer um grande desequilíbrio ambiental em áreas criadas para a proteção da fauna e flora nativos.

Neste contexto, o ICMBio lança o Guia de Orientação para o Manejo de Espécies Exóticas Invasoras em Unidades de Conservação Federais. A publicação foi capitaneada pelo Centro Nacional de Avaliação da Biodiversidade e de Pesquisa e Conservação do Cerrado (CBC) com o apoio de técnicos que trabalham com a temática em diversas UCs. O guia pode ser acessado aqui.

A essas espécies, que são introduzidas, em geral, por displicência do ser humano, é dado o nome de espécie exótica, pois não ocorrem nativamente naquele local. Quando elas se adaptam ao local e rapidamente se multiplicam, são consideradas invasoras.

A publicação traz o conjunto de aparatos legais como resoluções, portarias, instruções normativas, decretos, leis federais e até legislações internacionais sobre o tema. A seguir, o guia traz prevenção, detecção precoce e respostas rápidas para espécies exóticas e invasoras em UCs e por fim, um capítulo inteiro dedicado a espécies da flora e fauna com orientações de como identificar, meios de dispersão, o que fazer quando identificar as espécies na UC, métodos de controle e erradicação, além de sugestões de protocolos de monitoramento já existentes.

O Guia supre, em parte, uma demanda antiga do Instituto quanto a orientações para o manejo de espécies exóticas invasoras em UC. O guia reúne orientações para prevenção, controle e monitoramento de espécies que já foram manejadas em UCs. De forma geral, javali, coral-sol e gramíneas são os grupos mais manejados em UC federais. Por exemplo, o controle do coral-sol é sistemático e vem ocorrendo há anos, na Rebio do Arvoredo, Esec Tamoios e NGI Alcatrazes. O manejo de javali vem ocorrendo em UC desde o RS até GO, utilizando armadilhas ou apoio de controladores externos.

A expectativa é de que se aumente o número de iniciativas de manejo. Como as orientações para prevenção, controle e monitoramento no guia contaram com experiências de gestores, que vivenciaram dificuldades e problemas nessa execução, as ações são mais realistas, mas é claro que cada estratégia deve ser avaliada de acordo com a situação local.

Invasores silenciosos
Acácias (Acacia longifolia), bambu (Bambusa vulgaris), algodão-de-seda (Callotropis gigantea), Mamona (Ricinus communis), mangueiras (Mangifera indica), Mogno (Swietenia macrophylla), braquiária (Urochloa ssp.), capim-gordura (Melinis minutiflora), comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia amoena) são espécies de arbustos, árvores, herbáceas, gramíneas e bambus que são exóticos e invasores.

Provenientes de diversas partes do mundo, elas foram introduzidas pelo ser humano com objetivos diversos: paisagismo, cultura de frutos, pastagem para animais etc. Se dispersam de maneira silenciosa: por meio de resíduos de jardinagem, pelos ventos e chuvas e até mesmo pelo solado de sapatos e pneus, indo de um lugar a outro de maneira rápida. Quando encontram condições propícias, podem se propagar rapidamente inviabilizando a sobrevivência das espécies endêmicas ou nativas da região.

Diversos métodos de controle podem ser empregados como a retirada mecânica (sempre observando a disseminação de sementes), a aspersão foliar de herbicida, e corte na base do tronco com aplicação de herbicida no toco. Outros cuidados que devem ser tomados é a destinação dessas plantas, já que as aparas podem se disseminar em outras áreas e também com a segurança, já que algumas dessas plantas podem ser tóxicas. De acordo com informações do CBC, as gramíneas exóticas invasoras já são manejadas no Parque Nacionais da Chapada dos Veadeiros, das Emas e de Brasília.

http://www.icmbio.gov.br/portal/ultimas-noticias/20-geral/10265-guia-tr…

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